domingo, 26 de dezembro de 2010

Zeca Baleiro - Alma Nova


 Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...
E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...
Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...
Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...
Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...
Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...
Eu bem que tento
Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...
E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...
Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...
Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...
Eu bem que tento, tento
Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...
E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...
Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Ensaio I Curso de fotografia SENAC

Fotografia de Rebeca Porto Aluna da I turma do Curso de Fotografia SENAC

Fotografia de Rebeca Porto Aluna da I turma do Curso de Fotografia SENAC

Fotografia de Rebeca Porto Aluna da I turma do Curso de Fotografia SENAC

Fotografia de Rebeca Porto Aluna da I turma do Curso de Fotografia SENAC

Fotografia de Rebeca Porto Aluna da I turma do Curso de Fotografia SENAC

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Livaldo Fregona no sofá

Dividi hoje o sofá da sala de espera da clínica oftalmológica com Livaldo Fregona, que estava ali  para examinar o cansaço de seus olhos, assim como eu. Livaldo é migrante capixaba, reside na terra do Frei desdo 1981, junto com ele veio parte de sua família. (escritor de ABISMOS) Livro que eu li, ainda nos anos 90. Mas nunca esqueci, tinha inclusive uma fotografia de capa feita contra luz. Também é escritor premiado pela Academia Imperatrizense de Letras pela sua contribuição para a literatura local. A conversa se deu de forma rápida, mas proveitosa. Coisas de cidade grande, dividir espaço com desconhecido e que tu ao tomar conhecimento do nome logo vai informar que reconhece o outro a partir de seus escritos em tempos pretéritos. (isso, só isso que eu disse a ele) Esse dia de fim de ano, vai deixar essa boa lembrança da força da casualidade. (ah, eu disse a ele que escrevia na madrugada...)


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Novos passos, Nonato e os gatos de minhas sete vidas

Consumi a sola de minha sandália de couro comprada no mercadinho confeccionada pelo velho migrante Nonato, artista marginal, fora de época como eu, que já gastei meu tempo de criar gatos de sete vidas. Meu bicho preguiça de estimação agora é camelo. Eu que vivo, viva nesse imenso deserto de mim que tu construiu com a minha acedência. Do que vale escrever agora esse meio quilo de lamentação. Nem sei como posso dizer isso, se sempre fui vista como boa moça de família. E assim criei meus sete filhos, alguns imaginários como tu. Outros paridos, pelas minhas partes à parte. Mas paro aonde vai meu grito? Se tu é descomposto de audição. Apelei para os outdoors pagos à metro quadrado e a chuva displicente descolou o aviso antes de tua chegada. Era aquela chuvarada variante de dias quente de verão. Não me importa, o que eu quero saber é onde deixei meus passos, passos lentos, ou aligeirados pelos espinhos que entranham minha carne, morta. Hum, morta? Como morta se ela se faz trêmula ao lembrar-se que teus olhos furtam-se da luz. Apelarei para o contato pele a pele, te darei abraços, afagos. E para que? Se a dormência te corrompes? Oh sim, minhas sandálias de couro cru, fétidas molhadas pela chuva empoçada nas calçadas baixas por onde piso me são companhia certas de tempos insanos. Devo desistir de certo, se faz certo. Ledo engano ainda atiço teu tempo com aguas de colônia barata, proveniente do mercado central ou de uma bodega da grande rua. E com brevidade lembro que já não alcanças ligar o botão do teu olfato. Faço o caminho, agora em tua boca salivada e te acordo de sono profundo. E a luz se acende ao fim do túnel...E além disso, procuro saber onde deixei meus passos? Guia-me. Faz-se necessário.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Com quantos dias se faz uma saudade?

Sessenta dias. Foi esse tanto de amor que eu te prometi. Cumpri à risca. Sessenta dias sem pausas ,nem para a leitura de poemas de Neruda. Até nesse tempo, Neruda nunca tinha ficado no esquecimento de um dia que fosse. No maxímo eu o substituia por Cecília, Cora, Gullar. Mas foi assim, bem assim mesmo. Sessenta dias. Nada soube dos noticiários, nem da morte de minha tia distante eu quis saber. Era de ti, só de ti, que se fazia meu tempo. Tempo que sessenta dias correu nas horas de uma semana. Logo que eu acordava, corria mundo. Atravessei o rio com flores pra Santa,  expus minha figura na ponte nova, e todas outras festividades eu me agreguei,  e de certo tu sempre junto. Invencionice para estar contigo não me faltou. E eu ia, como prometido te amando, sem medo e sem contar os dias. Tem contos que tem tempo determinado, mas, só de acabar a história. O amor, esse ficou nada para ele foi avisado que existe algo chamado "TEMPO" e se faz agora o tempo de contar de quantos dias se faz uma saudade.

Olhos de Rubão







segunda-feira, 29 de novembro de 2010

sábado, 27 de novembro de 2010

Carinho retratado

Aluna IFMA/AÇAILANDIA - Apresentação cultural e deliciosa acolhida

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Para quem ainda não viu...



Os NEGROS que os meus olhos veem - NTE Imperatriz

 Os NEGROS que meus olhos veem... Receberam o olhar de NTE IMPERATRIZ




http://nteimperatriz.wordpress.com/2010/11/24/iii-exposicao-afro-brasileira-2/

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Ainda sobre IFMA e a Mostra fotográfica



Ainda sobre minha pouca estada no IFMA – Açailândia, registro que fui muito bem recepcionada por Luana, que além de educada destaca-se pela beleza que meus olhos viram negra. Aluna do curso de alimentos em conjunto com seus colegas de curso e acompanhada por instrutores fizeram uma deliciosa feijoada que a convite de Luana degustei ali mesmo na cozinha experimental do IFMA.
  
O teatro abocanhou algumas risadas dos presentes que, vamos combinar quase não deixavam os espetáculos acontecerem, interação que parecia não desagradar quem estava no palco. Transformando tudo em uma grande comédia. A poesia também teve espaço garantido no dia de atividades.

Para a maioria das apresentações, um rosto adolescente se destacava o Erik que iniciou as apresentações com um tom científico um estudo teórico sobre capoeira e em seguida apareceu em quase todas as outras apresentações, teatro, danças, capoeira.

Tarde agradável entre futuros tecnicos, em terra dos Açaís. Fiquei curiosa: Tem açaí em Açailândia?

IFMA _ Açailandia e os Negros que meus olhos veem...






A mostra viajou. Foi ali pra perto, na terra do ferro e de nome de fruta Açailândia. Ocupou as dependências centrais do IFMA. A Mostra fotográfica, complementou a semana de atividades organizadas pelo IFMA, relativa à semana de consciência negra. Onde estive a convite da professora de historia Marinada, muito querida entre seus alunos. Muita gente jovem e bonita, visualizava as 31 fotografias em preto e branco e iam ali tecendo seus conceitos, sobre cada RETRATO.
Os alunos mostravam seus talentos nas mais variadas apresentações.
Durante a manhã, tive um encontro especial com os alunos,  inicialmente estava previsto uma OFICINA. No entanto a grande procura, ocupou todo o auditório que acabou tornando-se uma palestra.
Do grande grupo destaco a participação de Bruno que logo virou meu assistente. Evila, a fotógrafa com maquina profissional que disse ter aprendido muito de teoria. Destaco entre os presentes na palestra dialogada a beleza negra do jovem Itacy, impossível de passar despercebido em qualquer plateia, do mesmo modo, a moça que virou modelo Gislane, Tábata que se fez fotógrafa e Willian que eu falei mil vezes o nome errado. O texto aqui apresentado eu dedico a esse moço, Willian que já me encontrou por aqui pela rede mundial.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O olhar de Buda



Para que servem os que nos amam?
Para falarem coisas boas sobre nós,
Inflar o nosso ego da mais pura felicidade.
Dessa forma Ronnedy Carvalho – Budinha me presenteou com o texto abaixo:
Sendo este mais um dos textos que apresentam minhas mostras fotográficas:


 O olhar...





Algo tão natural do ser humano, que capta imagens, momentos, expressões, visões, sentimentos.
O que o olhar pode captar a partir de uma máquina fotográfica???
É uma característica nata, que Vanusa Babaçu possui.
Vanusa Babaçu, tantos adjetivos podem descrever uma personalidade, uma vida diferente de todas que já conheci em minha existência. Uma vida nada comum, uma virada mais incomum ainda. A pedagoga, pesquisadora, fotógrafa nos traz de suas caminhadas no Maranhão e na vida, um olhar: incomum, único, impermeável, inconfundível, austral.
O cotidiano, o dia-a-dia, tão vago, tão distante, tão comum, nos passa despercebido, como se todo dia fosse igual, fosse o mesmo.  Contudo, o dia se divide em vários momentos mágicos, únicos e que não damos importância, mas que estão acontecendo. E que um olhar diferenciado consegue captar.
A luta, o embate, o sofrimento, a resistência, a persistência, o coco, a mulher, o homem, o menino, os pés...  O que nossos olhos veem? Não é qualquer olhar que ver, não é qualquer pessoa que ver.
 O sertanejo, o assentado, a quebradeira de coco babaçu é o cotidiano de um dia que nos passa sem ver, sem sentir, sem perceber. Uma realidade tão perto, ali na Estrada do Arroz, que uma máquina a partir da sensibilidade de uma mulher nos traz.
A Vanusa é babaçu, a Vanusa é um olhar de andanças, de vida, de sensibilidade.
O Olhar de uma maranhense, para maranhenses e o mundo.

Os NEGROS que os meus olhos veem





Alunos da escola Municipal Inácio de Loyla, bairro Bacuri hoje coordenados pelo professor Carlos Humberto, tiveram uma aula fora do seu cotidiano. Por incentivo e organização do professor, vieram ao IFMA - ITZ. Para apreciarem a mostra "Os NEGROS que meus veem... Foi muito grata a surpresa de ver a turminha de pequenitos, olhando com tanta curiosodades para cada fotografia exposta no pátio do IFMA. Tentei igualmente responder a chuva de perguntas que os alunos iam fazendo. Confesso que me surpreendi muito, com a atitude do profesor Humberto.

Os alunos ainda fizeram um passei por todas as dependencias do IFMA, em companhia da coordenadora do IFMA, professora Isaura.





Na volta do passeio educadamente e enfileirados, assinraram carinhosamente o livro de visitas. Ainda ali in loco, alguns se ocuparam de escreverem o relatório da visita para aprsentarem nas disciplinas de arte. Os Alunos estão no 5º ano do fundamental.

É claro que eu me senti, muito prestigiada e me emocionei bastante. Gracias ao professor  Carlos Humberto, que ja faz a diferença na educação de alunos sob sua tutela.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

Os NEGROS que os meus olhos veem (IFMA)

foto: Viviany Assunção

A mostra fotográfica: Os negros que os meus olhos veem... 
Será exposta no IFMA - em Imperatriz, nos dias:
22/11/10 Noite
23/11/10 Dia e noite
24/11/10 Manhã

25 e 26/11/10 Estará no IFMA - Açailandia.

Presença de BABAÇU na Semana H - UEMA

terça-feira, 16 de novembro de 2010

domingo, 14 de novembro de 2010

X Semana Municipal da Consciência Negra


Negros (as): Resistencia Sim! Para Fortalecer a Existência. esse é o tema da X Semana Municipal da Consciência Negra que acontece de 16 a 20 de novembro. O evento que é promovido pelo Centro de Cultura Negra Negro Cosme tem apoio da Prefeitura de Imperatriz e de várias instituições públicas e particulares de ensino. 

Confira a programação: 


Dia 16/11/2010
Manhã
►08h30min.- Palestra:  Negros (as): Resistência Sim! Para Fortalecer a Existência.
Palestrantes: Membros do CCN Negro Cosme.

Local: Escola Municipal Paulo Freire.

Noite
►19h00min. - Abertura: X Semana Municipal da Consciência Negra.
Mística de abertura.

►19h30min.- Mesa redonda – Movimento social negro no Maranhão.
→Componentes:
- Carlos Benedito Rodrigues da Silva (Doutor em Antropologia – PUC/SP; Coordenador do Núcleo Afro-brasileiro da Universidade Federal do Maranhão – UFMA; membro do Centro de Cultura Negra do Maranhão – CCN/MA).
- Izaura Silva (Mestra em Educação – UFCE; Professora da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA/CESI e do Instituto Federal do Maranhão – IFMA;  Presidenta do Centro de Cultura Negra Negro Cosme de Imperatriz MA).
- Lula Almeida (Advogado pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA; Ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Social).

- Local: UNISULMA.

Dia 17/11/2010
Tarde
15h00min. - Palestra:  Negros (as): Resistência Sim! Para Fortalecer a Existência.
Palestrantes: Membros da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz  (CEIRI) e do Centro de Cultura Negra Negro Cosme de Imperatriz (CCNNC)
- Antonia Gisêuda Pereira da Costa (Pedagogia )
- Doralice de Assunção Mota (História / UEMA)
- Eronilde dos Santos Cunha (Letras / UEMA)
- Maria Luísa Rodrigues de Sousa (Letras / UNITINS).

- Local:  Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA).

Noite
19h00min. - Palestra: Direitos de Quem é de Axé: Contra Intolerância e pela Liberdade Religiosa.
Palestrante:
-  Vodunsi Neto de Azile (Professor/Geógrafo / Gestor Cultural, Especialista em Cultura Afro-brasileira, membro do Fórum Estadual de Religiões de Matriz Africana do Maranhão – FERMA e do Coletivo de Entidades Negras do Maranhão; Sacerdote do Tambor de Mina do Maranhão).
- Local:  UEMA

Dia 18/11/2010  

Dia “D” da Consciência Negra na UFMA

Manhã
►08h00min – 08h30min.: Solenidade de abertura.
►09h00min. – Apresentação artístico-cultural: Dança do Maculelê.
►09h30min. – Debate: Ações Afirmativas.
►10h00min. – Oficina de fanzine
- Ministrantes: professores e acadêmicos da UFMA(Programa Conexões de Saberes, Projeto Alma, Alunos da disciplina Cultura e Literatura Brasileira).

Tarde
►14h00min – Apresentação de trabalhos de pesquisa.
►17h30min. – Sarau.
►19h30min. Encerramento : Professora Dra. Herli de Sousa.
- Coordenação:  Professora Dra. Herli de Sousa.
- Ministrantes: professores e acadêmicos da UFMA(Programa Conexões de Saberes, Projeto Alma, Alunos da disciplina Cultura e Literatura Brasileira).

Dia 19/11/2010
Manhã e tarde
►07h30min.-17h30min. - Amostra Cultural: III Exposição Afro-Brasileira (música, dança, teatro, poesia, artes visuais, artesanato...)
Responsáveis: Docentes e Discentes das Escolas das Redes Estadual e Municipal de Imperatriz.
→Coordenaação: - Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz – CEIRI.
                         - Secretaria Municipal de Educação e Desporto  - SEMED.
- Local: Praça da Cultura.

Noite:
19h00min. – Oficina: Educação Afro Brasileira.
→Orientação: - Membros do CCN Negro Cosme e da Coordenação da Educação da Igualdade Racial de Imperatriz (CEIRI).
- Local: UNISULMA.          

Dia 20/11/2010
Manhã
►09h00min.-11h00min. - Ato público: Panfletagem.
- Local: Ruas de Imperatriz (Pontos de apoio estratégicos

Mané em LIVRO

Memória, Mediação e Campesinato: as representações de uma liderança sobre as lutas 
camponesas da Pré-Amazônia maranhense.


Manoel da Conceição e Victor Asselim  foto: Maria José Barros


 

Dia: 14 de novembro
Hora: 15 horas
Local: Salão do Escritor, na Praça Maria Aragão, São Luís/Marahão.
 

Lançado pela editora da Universidade Estadual do Amazonas, o livro é o primeiro da Coleção Memória e História dos Movimentos Sociais da Amazônia, organizada pelo Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Neste trabalho, a jornalista e socióloga Helciane Araujo, apresenta o resultado de um estudo realizado, no período de 1997 a 2000, para a dissertação do Mestrado em Políticas Públicas na Universidade Federal do Maranhão. A autora faz uso da técnica de pesquisa história de vida para uma análise sociológica das representações de uma liderança camponesa, Manoel da Conceição, sobre a sua trajetória de vida e a história política do Maranhão. Manoel da Conceição tem 75 anos. Nos anos 1960 fundou o Sindicato dos Produtores Autônomos de Santa Inês/MA. Foi uma das vítimas das violências praticadas contra lideranças e ativistas políticos no regime militar. Após sofrer várias prisões, foi exilado e, durante o exílio, ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores e a Central Única dos Trabalhadores. Com a anistia, retornou ao país, em 1979, retomou a militância no Partido e fundou o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural – CENTRU, entidade que coordena e incentiva o associativismo e o cooperativismo no Sul do Maranhão. Por sua luta em defesa dos cerrados e pela justiça social já ganhou diversos prêmios nacionais e internacionais. No dia 24 de novembro receberá o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Maranhão.


Helciane  Araújo

sábado, 6 de novembro de 2010

Babaçu na Mostra AFRO 2010

Minhas paixões premiadas!!! Outra fotografia, clicada por mim escolhida para compor uma mostra nacional de fotografia. Ui! Delícia. A mostra BRASIL AFRO 2010. Selecionou a fotografia que eu intitulei: O Maranhão e sua negritude.  Capturada numa dessas tardes que não vai ninguém à praia de nosso delicioso rio Tocantins. 

Dividi o entardecer com Budinha (querido amigo) e Bebel, minha filhota. Arisca às câmeras, mas que se rendeu aos encantos do curso d’água do grande rio. Exibia-se sem rituais naquele banho fazendo chuva ao tentar secar sua farta cabeleira negra. Não resisti e ali esbocei um ensaio para o album  "Ser rio, ser menina?" . No momento ela mais parecia um boto. Um bicho d’água.  quando visualizei  as fotos Não deu outra. Ensaio enviado à mostra BRASIL AFRO 2010.

A exposição “Brasil Afro” acontece na internet (de maneira virtual), na Fundec, em Sorocaba, e na Caixa Econômica Federal, em Votorantim, entre os   dias 18 e 28 de novembro de 2010.

Apreciada e escolhida por um júri de ponta. Agora  lá se vai Bebel, linda, negra, por mim retratada e agora correndo mundo afora. Seu banho, seu prazer, e evidentemente, minha alegria de ter em um momento só, duas paixões premiadas: Bebel e a Fotografia. 



Isso pode ser complexo de NARCISO? Que seja. Qual é o problema, tô é feliz. E divido com todos que por aqui passarem. Não quero mais nada. Ops! Quero sim.  Retratar a terceira paixão!!! com nome e rosto (ainda) ocultos... 
 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

João Victor, entre a esperança e a indgnação?

"A retomada da infância distante,
buscando a compreensão
do meu ato de ‘ler’ o mundo particular em que me movia (...), me é absolutamente
significativa.
 Neste esforço a que me
vou entregando, recrio, e revivo,
no texto que escrevo a experiência vivida
no momento em que ainda não lia a palavra."

 Paulo Freire

João Victor (42 dias)
bisneto, neto e filho de quebradeira de babaçu
na Velha estrada do Arroz


Quando guria eu corria rua acima, rua abaixo e tomava os mais deliciosos banhos de bicas na grande igreja de São José na cidade de ladeiras, minha terra de palmeiras, na região dos mais elegantes babaçuais maranhenses: Lago da Pedra. Inesquecível terra que me viu passar a existir. Ali eu alicercei minha educação no jardim de infância da Irmã Margarida.

 Cresci magrela e tagarela ouvindo nos fins de tarde antes da missa das seis a canção de Pe Zezinho, que poetizava: “Minha vida tem sentido toda vez que eu venho aqui, e te faço meu pedido pra não se esquecer de mim” Sendo para mim fácil de entender os tão escutados versos, ao deixar a contragosto ainda em tempos de maturescência esse pedaço chão. “Palmilhando os dias, fui pensando, assim deixei meus anseios, deixei sem rancor. Meus passos ficaram chorando ali.”( Joana D Augustini)


O tempo passa. Ah! Já se passaram um bom tempo. E eu já experimentei de muitas coisas, dizíveis, e não.  Passei momentos difíceis e, na maior parte do tempo, inesquecíveis bons momentos ao lado de tantas pessoas amadas. Mudei de cidade, namorei a mesma pessoa duas vezes, amei duas pessoas ao mesmo tempo. Degustei o prazer de “dar a luz” pelo ato de parir e fazer parto cesariano. Casei, descasei. Li livros. Escutei canções inéditas, recordei velhas canções, Acreditei, deixei de acreditar, Me formei. Acertei e errei cantadas.  Vi filmes no escurinho do cinema e amei no quarto azul. Opinei, mudei de opinião. Escrevi para Joãos, escrevi ao léu. Retratei, pesquisei, projetei distratei, Corri mundo, retornei.

 

E, volto hoje onde deixei meus passos. Há um mapa dos meus passos nos pedaços que eu deixei” (Engenheiros do Hawai) Os babaçuais. (dessa vez na Estrada do Arroz) A retomada, dos dias longínquos e saudosistas de minha infância, se faz. Indiferente a meu querer ou não. Em frações de segundos, revisito minha cartografia social e emocional. Prontamente meu tempo de menina arteira magrela e que adorava andar em cavalo de pau, se reconstrói pelo meu olhar, a visualizar os exuberantes cocais, (presente de Deus, a terra e as palmeiras que ninguém plantou).

 

De certo, as grandes extensões de terras cobertas de cocais de babaçus, cooperam com as quintas imensas apinhadas de vacas com chifres abissais, vacas mochas, cobras visíveis e invisíveis, lagartas, sapos assombrando quebradeiras e suas proles de cinco meninos e duas meninas, brejos para atravessar e alcançar o outro lado das cercas de arames farpados objetivando lembrar que há uma visível separação entre, nós (quebradeiras) e a terra alcançada com seus donos.

 

Em tempo menor que frações de segundo, sou avisada que tudo ali exposto,nada tinha ficado para trás junto com as décadas vividas e contabilizadas por mim. Infelizmente não se trata de um fragmento de minha memoria de infância revisada  momentaneamente. 

  

Ainda é assim que se vive em minha terra de palmeiras. Ilustrada sempre pelas linhas dos arames farpados que simbolizam  (literalmente) os conflitos entre saber a diferença sobre quais dos lados da cerca você se encontra. Ainda se fazem utópicos os babaçus livres. A paisagem romântica do cantar do macete no dilacerar do coco, se desfaz.

 

No entanto, para a continuidade e certeza de que Deus se faz presente entre homens e mulheres, nasce na velha Estrada do Arroz, no povoado centenário "Coquelândia"  - Imperatriz-MA. O pequeno João Victor, (hoje 42 dias)  pra alegrar e esperançar os dias da quebradeira de coco, MATILDE, agora avó, que canta canções de ninar enquanto vê o tempo passar misturando-se à canção do vento nas palhas de babaçus, em terras por pouco tempo emprestadas para que pequenos côfos se encham de bagos de vida.

 

Contudo, ainda se escuta dizer em alto e bom  tom “Tenho orgulho de ser Quebradeira” Mas que esse orgulho  nos faça caminhar:

Entre a indginação e a esperança na justiça, e o desejo de dias melhores para tantos Joãos nascidos nessa terra de babaçus, trancados pelas correntes sociais, pelos arames farpados que dilaceram impiedosamente nossa carne, que nos separam enquanto homens e mulheres que "valem somente e só o que tem"

Retomo meus passos, por muitas estradas. Porém indago: Alguém pode me dizer por que o meu coração chora?

 


Por uma terra sem fronteiras para todos os Joãos, possam crescer e dizer: "Essa Terra é Nossa" (Mané da Conceição)
Presença de Babaçu em texto, fotografias, desejos e desabafos.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

FRANK

Que o estar só,
seja chamado
de quietude ou tranquilidade
e que aconteça para nos encontrarmos
e olharmos um pouco para dentro de nós,
mas que não demore demasiado
para que não se transforme
em vazio ou tristeza
e  não seja chamado de solidão!
Fernanda Rocha


Noite passada, domingo. O último dia de outubro. Nada especial a não ser a ebulição tímida, dado ao resultado  da eleição de Dilma Rousseff. A primeira  mulher eleita democraticamente a tornar-se presidente do Brasil.

Por alguns momentos eu ocupei meu tempo, em observar involuntariamente uma pessoa que dividia indiretamente o mesmo espaço social por mim escolhido para encerrar meu dia durado dentro da maior normalidade possível.

O ambiente ao ar livre, arejado pelo vento quente do  tempo "mormaço" favorecia para o burburinho das conversas paralelas misturando-se com o som ambiente do bar implantado em uma esquina da Nova Imperatriz. Empreendimento já popularizado na cidade como o “BAR INTELIGENTE”. 

Na verdade, o que eu observava de tal maneira naquele rosto tão bem apessoado tão bem cuidado e que educadamente ao localizar um olhar curioso em sua direção esboçava um sorriso belíssimo e especialmente simpático? Nem sei relatar, mas algo me fazia buscar reaver em tempos de minutos o rosto calouro naquele espaço bem frequentado por mim. O tempo da noite adiantava-se.

 Outras pessoas ocuparam o local coletivo, que para essa noite apresentava-se com vagas disputadíssimas. No entanto quando eu imaginava deparar com o local desocupado ou com outras pessoas a dividir a mesa, para minha surpresa o descobria no mesmo ponto. Sem nem um ar de preocupação. Nem com o passar do tempo nem com a falta de companhia.

Era então o estado de SOLITUDE?   O estado de se estar sozinho e afastado das outras pessoas, mas que geralmente implica numa escolha consciente. O que se diferencia de Solidão. Visto que a solidão pode ser experimentada em qualquer lugar do mundo mesmo que estes estejam ocupados por milhares de outros pares. Estar sozinho se faz diferente, às vezes necessário, mas nem sempre o estar só, se resume em condição de solidão.

Nem sei mesmo o que eu tinha com isso, nem ao menos dava conta dos diálogos entre os que me faziam companhia muito mais aproximada. Não acredito que incomodei o belo moço, mas era agradável deparar com o rosto explicitamente tranquilo. Uma áurea de dar gosto de ver. Completada pelas vestimentas claras, limpas e certamente aromatizadas a custas de um perfume ainda mais agradável. E de certo, elevado preço.


De surpresa a chuva abeirar-se: rápida e desavisada. Fazendo o desmanchar da ordem das mesas. Todos buscaram um lugar pra proteger-se das gotas aceleradas.  Também sendo essa minha preocupação momentânea. A coletividade se amolda ao recinto protegido da chuva. Imagino que o moço “solitário” tenha se organizado em algum espaço da casa. Porém meus olhos submergiram-se da visão panorâmica, tão privilegiada.

Fim de chuva, reorganização do espaço externo favorável a um frescor necessário aos presentes. Ele estava lá. Com a própria áurea, expondo ainda sorriso de tranquilidade. Nem telefonemas, nem olhar de busca ou inquietações. Uma tranquilidade de dar uma vontade de experimentar “esse bem estar só”.

Aproximando a estação de a noite virar manhã, resta-nos pouco tempo. Contudo, o suficiente para uma instantânea aproximação, vis-à-vis consentida com simpatia. Instigando para que eu, despida do menor embaraço indague sobre qual denominação se esquadrinha aquele rosto de um ser “SÒ.” Que fez minha noite tão cheia de juízos sobre  o estar do outro. Titula-se: FRANK. E só.



Pelo olhar  e escrita de Vanusa Babaçu