quarta-feira, 27 de outubro de 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010


Nas horas iniciais,
 do meu dia de outubro
outra vez,
 meus olhos te avistarão...
Movido à emoções múltiplas
Distinto, meu coração pulsa.
Reserva-se a mim...
Um novo ensaio.
Meus pés empoeirados.
Igualmente há tempos pretéritos
Vagarosamente percorro-te, te visito.
Logo que se faz possível, 
regresso com brevidade.
abarroto meus olhos de ti...
Velha estrada do arroz

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Populações camponesas do cerrado - Expedição Fotográfica - Peter Caton


O bom de viver muito, madurar, envelhecer é que sempre existe a possibilidade de renovação como eu já citei inclusive sobre mim mesma em textos pretéritos. “Sou terra ... sou a bosta do boi, poeira que se faz nuvem em tuas estradas de chão batido. Sou curinga, a palmeira centenária solitária e altiva. Sou pindoba, a nova e insistente palmeirinha! Sou o pau....sou o machado E ... Morro todos os dia e a cada instante, renasço em ti.” (Babaçu) Esse renascimento, acontece de fato mas, temos uma grande culpabilidade para ver ele incidir. Se tu ficar à espera, inerte seguramente criarás lodo, e só.

De forma que, episódios grandes ou acanhados, contribuem para esse meu renascimento diário. Como a exemplo da continuidade e afirmação de meu nome escolhido, agora carregado por minha neta ANA JÚLIA BABAÇU. Senti-me renascida com isso, outra babaçu e agora Babaçu com letra grande. Passagens que tomam dimensões extraordinárias em minha vida, experiências que implicarão para todos os dias que eu permanecer de corpo presente nessa terra de meu Deus, e nossa também. (ou que pelo menos deveria ser).

Organizar mochilas, viajar, pra longe ou perto, retornar, desfazer os mocós etc. elementos que me tornam um pouco caixeira viajante. Os itinerários são diversificados, inéditos ou às vezes bastantes conhecidos dos meus olhos, mas nunca os vejo da mesma forma, existe sempre subsídios novos, ou meu olhar trata logo de se fazer diferenciado para os mesmos panoramas. Minha última viagem com data vermelha no calendário, 12 de outubro de 2010, registrar-se no meu diário biográfico como em alto grau de importância e será bem lembrado por mim por muito tempo, ou quem sabe jamais será esquecido. 

Para essa viagem Que se iniciou logo nas primeiras horas matinais do feriado de Nossa Senhora Aparecida. Tomamos direção, bastante conhecido por mim. A velha Estrada do Arroz. Tornei-me parte como convidada. Tratava-se de em uma expedição fotográfica. Com objetivo principal de retratar a forma de ser, de viver e de permanecer das pessoas, nas áreas de transição ou, do cerrado brasileiro. Trabalho recomendado pelo ISPN - Instituto Sociedade, População e Natureza – ISPN. Inclusive foi acompanhado, de perto por Rodrigo Noleto, Engenheiro Florestal, maranhense, com muito tempo de vivencia em Imperatriz, atualmente residindo em Brasília em função de trabalhar na referida instituição. 

A captura das imagens irão complementar um banco de dados de salutar importância para conhecermos por outro viés a dinâmica dos habitantes do cerrado brasileiro. Como acrescenta Noleto: “estamos tentando captar imagens do Cerrado para que haja maior visibilidade, tanto aqui no Brasil, quanto em outras partes do mundo[...]Depois iremos a algumas localidades com paisagens características. Neste caso, pensei nas mulheres de Petrolina e Ciriaco” aproveito para assinalar que, as quebradeiras de coco babaçu estão contidas entre o que se entende por  populações tradicionais.  

Só pra conhecer um pouco dos outros expedicionários:

Peter Caton (1976) cresceu junto a crianças órfãs em Scarborough, norte da Inglaterra, onde seus pais cuidaram de um grande orfanato. Sob a influência dos pais, Peter conscientizou-se dos problemas sociais, resultando na decisão de sua carreira profissional. Desde 1998, após sua graduação em Fotografia em Middlesborough, Peter tem se dedicado à documentação trabalhos relacionados a causas humanitárias e sociais.

Cristiane Aoki (1976) nasceu em Botucatu, SP e se formou em Design Gráfico. Iniciou sua carreira profissional como professora do SENAC Comunicação e Artes. Na faculdade de Design Gráfico do SENAC lecionou a disciplina de Fotografia Digital e desde então iniciou sua especialização em fotografia. Em um curso de pós-graduação de Design e Fotografia, estudou A Fotografia como Design dentro da linguagem semiótica. Em Londres, continuou seus estudos de mestrado no campo da fotografia social e das novas mídias na Goldsmiths College.

E eu, Vanusa Babaçu, pesquisadora, assessora técnica do CENTRU - Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural -MA, fotógrafa amadora,. A função na viagem a mim atribuída era de navegadora para Noleto, e de facilitadora entre os moradores das comunidades que seriam fotografadas por Piter Caton e Cris. Haja vista a minha inserção e frequente presença no seio dessas comunidades, ora desenvolvendo algum trabalho, outra hora,  observadora,  pesquisadora, ou  visitante. Enfim, sempre encontro um motivo especial  para voltar e permanecer com esse povo, do qual eu sinto que é ali que está fincado as minhas raízes.

Na estrada:


No planejado inicial, nossa primeira parada seria no povoado Petrolina, (último povoado de Imperatriz, sentido Cidelândia. Estrada razoavelmente boa para o tráfego de um carro de passeio. Rodrigo Noleto, (direção) Peter Cater (carona) eu e Cristiane Aoki, (banco de trás). Noleto, fez às vezes de motorista e, diga-se de passagem: excelente motorista que também conhecia a estrada, mas contabilizava alguns anos sem fazer o trajeto. Peter e Cris fotografavam com o olhar cada metro da paisagem, que alterava entre áreas cobertas de babaçuais contrastando com grandes extensões de plantações de capins. Para sorte dos visitante, uma chuva no dia anterior colaborou para pouca poeira da nos quase 70 km da sofrida estrada de chão batido.

Quebramos o protocolo da viagem, ao avistar Coquelandia, um povoado que contabiliza 300 famílias de trabalhadores rurais, que tem como data de inicio os idos anos 50 do século passado. Migrantes de varias partes do Nordeste, que povoaram a estrada do arroz nos bons anos da fartura do arroz, nessa região. A interrupção da viagem foi ideia minha com a intenção de mostrar de perto para os “novatos” a atraca e sua relação de pertença à palmeira de babaçu. A atraca é uma planta parasita que nasce principalmente nas palmeiras de babaçu, e contorna a palmeira chegando inclusive a sufoca-la, chegando inclusive a mata-la.

Nada dessas informações forma significante para o fotógrafo, mas ao sair da casa do barbeiro e ferreiro aposentado, ele avista um cenário importante para ser fotografado. Na sal principal da moradia rural duas fotografias  cada uma com sua simbologia, um quadro a fotografia de Jesus Cristo e de lado sem diferenciar a importância uma fotografia também emoldurada do Flamengo, Elementos que incitaram a ser improvisado rapidamente na sala do Sr. Nezinho, com sua permissão evidentementeum verdadeiro estúdio móvel para que o mesmo fosse fotografado com tranquilidade, em uma de suas ações cotidianas no fazer do seu balaio, uma espécie de cofo decorativo feito da palha do babaçu, que o mesmo trançava  ao chegarmos de surpresa em sua casa. 

Atrasamos a viagem em aproximadamente uma hora, seguimos e antes de alcançarmos Petrolina, nosso itinerário inicial,  outro aglomerado de trabalhadores rurais, chama a atenção de Piter. “Os sem terras da estrada do Arroz” que marcam presença há sete anos vivendo e sofrendo os mais variados riscos entre a cerca e a estrada, em terras da correspondentes à antiga Celmar, hoje terras pertencentes a empresa de papel e celulose SUZANO
Nessa localidade o fotógrafo se se aplica a fotografar a paisagem de extrema miséria exibida a olho nu, de uma parcela da sociedade da  cidade Princesa do Tocantins, A cidade Portal da Amazônia, a grande Imperatriz - MA. um povoamento  pouco  ( OU NUNCA) lembrado por todas as autoridades de  Imperatriz e do Brasil. 

É de ciência dos governantes de todas as esferas: Municipal, estadual e federal. Dando pouca importância para a dinâmica cruel que  faz a  existência daqueles homens e mulheres e crianças. Ignoram-os ou fazem questão de não lembrar. Piter retrata somente um morador, o sr, Pedro, esposo de dona Maria de Nazaré. Que  com todo gosto apresenta, sem pudor o interior da sua morada, toda improvisada de babaçu, das paredes ao telhado e ainda os girais, pra dormir e pra resguardar as panelas. No quintal que distancia a casa em no máximo 3 metros da evoluída plantação de eucaliptos, mostra o tímido amontoado de babaçu, de onde retira boa parte do complemento alimentar do casal.

Com o adiantar da hora,  seguimos viagem deixando para trás uma situação mácula social, que segundo os resistentes não tem noção de quando, como ou se um dia será resolvido. Nosso retrovisor logo se desfaz da imagem inesquecível, aos olhos de quem tem o mínimo de humanidade dentro de si.  Cinco quilômetros  percorridos nos faz alcançar a comunidade rural de Petrolina, onde um grupo de quebradeira de babaçu, organizado formalmente através de uma associação,  da qual o CENTRU-MA, presta assessoria há muito anos, inclusive com projeto em andamento do PPP-ECOS, outra organização ligada ao ISPN. Esperam-nos para relatar um pouco de suas vivencias, dificuldades, no dia a dia da quebra do babaçu, bem como para serem retratadas por Piter e entrevistadas por Cris. A atividade ali retratada foi a extração do azeite de babaçu.

Antes do cair da noite,  continuamos a expedição, rumo à Reserva Extrativista do Ciriaco. Cidelandia-MA. Localidade que aglomera também outras famílias que dependem da extração das amêndoas do babaçu, para completo de renda familiar. Logo todos os componentes estavam à vontade com o publico a ser trabalhado. 


A moradora mais velha da resex. dona Maria Colodino que mantém atividades com o babaçu foi retratada em casa, na agilidade da retirada do (bróio ) mesocarpo do babaçu.
No fim da tarde aproveitando a luz natural fizemos a primeira tomada das fotografias externa. É a quebradeira de coco Faustina Colodino que lidera o grupo de mulheres a serem retratadas para o trabalho. No dia seguinte nova tomada de fotografias com as quebradeiras de coco da Resex, (lote da Faustina)  e para finalizar a etapa desse lado de cá, (pois o grupo vai tomar rumo ao cerrado sul maranhense) retornamos a comunidade Petrolina, para dessa vez registrar a retirada do Amido do mesocarpo. O brói é triturado em uma maquina forrageira, improvisada para essa atividade.



A experiência, foi riquíssima, aprendi inúmeras dicas com a dupla de fotógrafos, ainda conseguimos dar uma olhadinha no majestoso rio Tocantins, na parte correspondente a comunidade de Viração, local que escolhemos também para as deliciosas refeições a base de peixadas e galinha caipira. Assim, retornei pra casa com o experimento de viver novas troca de experiências e saberes, entre fotógrafos profissionais, fotógrafa amadora, e os verdadeiros detentores do saber: Os camponeses e camponesas que compõem o universo peculiar do campo maranhense. O convite para compor essa equipe nesse importantíssimo trabalho contribuiu de forma particular para o meu aprender, reviver, maturar, renascer...


quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Homenagem para os "NOSSOS"

O CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO HOMENAGEIA LIDERANÇAS DA REGIÃO TOCANTINA


O Centro de Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão promoverá no período de 19 a 22 de outubro de 2010 a sua I Jornada Científica, tendo como eixo central o tema “Desenvolvimento, Democracia e Direitos Humanos: para onde caminhamos?”
Na ocasião, serão homenageados, professores, servidores e pessoas da sociedade, em reconhecimento a contribuição destes a Universidade no cumprimento da sua missão social e política de educar a sociedade maranhense, dentro de uma filosofia baseado em princípios éticos e valores fundamentados na liberdade e na igualdade de direitos e à sociedade através de pessoas indicadas e reconhecidas pelo trabalho desenvolvido diuturnamente na luta e defesa dos direitos humanos.

Entre os homenageados figuram representantes da região Tocantina, sendo o Senhor Manoel Conceição Santos, um dos lideres maranhenses da luta pela reforma agrária, pela democracia, pela liberdade e dignidade do trabalhador rural e Conceição de Maria Amorim, militante dos direitos humanos , com atuação na Região em defesa dos direitos humanos em toda sua dimensão, com intervenção Urbana dirigida a implantação de políticas publicas de qualidade e na defesa intransigente dos direitos humanos das mulheres.

Para os organizadores do evento, na pessoa do Professor Doutor César Augusto Castro Diretor do Centro de Ciências Sociais da UFMA, “Com essa homenagem a Universidade Federal do Maranhão alerta a sociedade para a importância do trabalho destes militantes e a certeza de que pessoas como elas fazem uma enorme diferença na construção de uma sociedade melhor, mas justa e mais humana.”
A solenidade de homenagem será realizada no Auditório Magno Cruz ao lado do Centro de Ciências Sociais durante o encerramento da I Jornada de Ciências Sociais no dia 22 de outubro às 19 horas.


domingo, 17 de outubro de 2010

Outubro Rosa

Outubro Rosa (by HUMSOL)

Outubro Rosa

Andei ocupada demais para os primeiros dias desse outubro rosa. Mas agora reservei um tempinho pra deixar um lembrete muito importante. A flor acima, eu retratei em um canteiro de uma quebradeira de coco dona Terezinha, no povoado Petrolina,  na tão velha e conhecida estrada do arroz. Quando eu mirei a flor que se chama "onze horas, simples e singela e rosa, logo pensei vai ficar bela, no meu post sobre o OUTUBRO ROSA. Geralmente é o laço que simboliza esse movimento, mas o meu post vai ser rosado com rosas. A rosa abaixo, outro clik especial de minha autoria: Quintal de um museu na cidade de Goiás Velho - GO. Quando por lá passei pra visitar meu querido Júnior Mendes. Rosa, rosa e linda.



O texto abaixo não é meu, só dei uma pesquisadinha pra ver como andam as ações para 2010. Outras informaçoes melhores encontram-se logo nesse blogger abaixo:
http://http://dancaravida.blogspot.com/2010/10/outubro-rosa-2010.html

"O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro, posteriormente com a aprovação do Congresso Americano o mês de Outubro se tornou o mês de prevenção do câncer de mama.
A popularidade do Outubro Rosa alcançou o mundo de forma bonita, elegante e feminina, motivando e unindo diversos povos em torno de tão nobre causa".

sábado, 9 de outubro de 2010

III Mostra Luta

Partilho com todos a alegria e prazer de ter uma fotografia e uma poesia, ambas entituladas: Do lado da vida" selecionada para compor a 3º MOSTRA LUTA.

Data

16 a 24 de outubro de 2010

Local

Museu de Imagem e Som – Campinas - SP
Foto: Do Lado da Vida -08 de março de 2010 - Palmas TO (Vanusa Babaçu)

Minha liberdade
Não me permite a certeza da chegada.
Minha liberdade
Permite-me a certeza de que lado da cerca 
Eu darei meus passos, utópicos sim
Mas livres e ainda sem preço.
Minha liberdade 
É defendida pelo meu escudo frágil
E meu escudo é  revestido de minha coragem.
E teus canhões, têm o poder da opressão
E se colocam a serviço do cão.
Quanto  vale tua força comprada
A preço de vidas?

Meu caminhar é lento.
Sou feita de terra, 
 Terra fértil 
emprenhadeira
E parideira
De vidas livres
Que nasceram sem preço.

Minha terra é livre
 Assim, sigo confessa
Permanecer desperta
Ao lado da vida.

Vanusa Babaçu
08 de Março de 2010
Palmas -TO
O Coletivo de Comunicadores Populares organiza a Mostra Luta para resistir, a seu modo, à essas dificuldades e contribuir para a retomada da luta anti-capitalista: uma mostra que dê visibilidade às lutas sociais no Brasil e que sirva como instrumento de comunicação, sensibilização e articulação entre movimentos sociais, organizações de esquerda e trabalhador@s.
Em 2010, a III Mostra Luta contará com 10 sessões de filmes, exposições de fotos, quadrinhos e poesias. Ao longo da Mostra ocorrerão ainda 4 mesas de debate, 2 espetáculos de dança e um sarau. Esperamos você aqui, no Museu da Imagem e do Som, para sentir com seus próprios olhos e discutir com sua própria boca a realidade que não passa na TV.

"Vale lembrar que a Mostra Luta é uma mostra não-competitiva. A seleção é feita pois são muitos filmes/fotos/poesias para o tempo/espaço que dispomos (10 sessões, somando 16 horas de vídeo; espaço para exibições). Dada a necessidade de selecionar, buscamos realizar essa árdua tarefa privilegiando a diversidade temática e regional, as diferentes formas de processo de produção, a necessidade de visibilidade, adequação à proposta da mostra, etc. Todos os vídeos recebidos, mesmo os não selecionados, serão divulgados através das redes que estamos construindo (acervos virtuais e coletâneas de dvds), já que a Mostra Luta não se resume apenas à semana de exibição, mas é um instrumento de articulação entre comunicador@s populares do Brasil."

Abraços, jeff
org. da 3a mostra luta

FOTOGRAFIAS SELECIONADAS

1 - Alexandra Martins - Movimento Fora Arruda e Toda Máfia-60 revoluções por minuto
2 - Camila Casteleti - Educar, Resistir e Caminhar
3 - Carlos Eduardo Ferreira dos Reis - Pedágio Não
4- Cristina Beskow - Abertura da Marcha Mundial de Mulheres
5 - Denis Forigo
6 -  Fabio-Caffe - A Luta do MST em Paracambi (RJ)
7 -Hans Denis Schneider- Uso de Taser pela Polícia Militar durante a invasão da UDESC
8 - Fernando Siviero - Casa sem morada
9 - Heloisa Pisani - Da prosa à poesia
10 - João Zinclar
11 - Juliana Gontijo - Trabalhadores do Porto do Açaí (Belém do Pará)
12 - Rafael Rodrigues - Encontro Nacional de Casa de Estudantes (Cuiabá)
13 -  - Stefano Figalo - Teto Público
14 -  Talita Oliveira - Manifestação dos Povos Indígenas do Acre
15 - Vanusa da Silva Lima - Do lado da vida (08 de março, Palmas)

POEMAS SELECIONADOS
Desígnios Terceiros
Estamos em obras
Questão de Ordem
Raízes da Maré
NOVOS RUMOS VELHOS MUROS
1,99
Manifesto!
Do lado da vida Vanusa da Silva Lima -( Babaçu)
Sujeito ocultado
Reportagem de asfalto
Prisões
O mendigo
XXVI

FILMES SELECIONADOS
Radix
Periferia Luta 
A gente faz TV pensando POR você
FULERO CIRCO - "O Mistério do Novo"
Trilharestórias
Espeta-cu-lar
A Baía pede Socorro
Haiti - Estamos Cansados
No Olho da Rua
Sinfonia Animal
Prestes 23+10
Existe política além do voto (não inscrito no site)
Estudo de cena: a república
20/11 - Dia da Consciência Negra
CRUZANDO O DESERTO VERDE
O mendigo
Parada 2008 (não inscrito no site)
vídeos da rua
Atrás da Porta
Camponeses do Araguaia - A Guerrilha vista por dentro
A comunidade do Dom Bosco contra o fechamento da escola Dom Orione
FABRICA DE MENTIRAS E FORA YEDA - TUDO JUNTO E MISTURADO
Construindo Identidades
paz com voz
Segredos de Estado - Por que os professores temem falar sobre a escola?
Memórias Diretas
Caminho das Águas
Levante sua voz
Qual Centro?
UMA TERRA, UMA VIDA
ASSEMBLEIA DO POVO - O que importa é o que a gente é!
Entre terras e céus
Mais um...
Na Costa da Minha Mão
Bigorna: caindo na real (não inscrito no site)
Flaskô: Trincheira de Resistência
UERJ Ocupada
Um Passo de Cada Vez: O despertar da cidadania
Ousar lutar, ousar vencer!
A Identidade da Memória Morta

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Livros... (Milton Teixeira)



Sobre a mesa paíram livros
Fechados, abertos,
Mortos, vivos....
Fechados para os que foram exclusos da liberdade,
Abertos para os que necessitam acompanhar
e entender a mutação tempo-espaço,
Mortos pela debilidade humana, que escrava da tradição 
perdeu-se ao passado,
Vivos pela agudez em desnudar as aparencias 
que maquiam o mundo.

Do livro: Cinzas Mortas - Milton Teixeira

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O imaginário e o poético nas Ciencias Sociais

MARTINS, José de Souza; ECKERT, Cornelia; CAIUBY NOVAES, Sylvia (Org.). O
imaginário e o poético nas Ciências Sociais. Bauru: Edusc, 2005. 328 p.
Nilton Bueno Fischer
Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Brasil


Este livro, organizado por duas antropólogas (Cornelia Eckert – UFRGS e Sylvia Caiuby Novaes – USP) e um sociólogo (José de Souza Martins – USP), editado pela Edusc no ano de 2005, propõe e desenvolve uma instigante, qualificada e sensível contribuição, para a produção científica em nosso país, na área das ciências sociais e humanas. Esta obra trata de oportunizar, também ao“leitor ampliado”, além do mundo acadêmico, um diferenciado, inovador e “convidativo”acesso aos textos de diversos autores, brasileiros e pesquisadores,em sua maioria, de diferentes instituições e a partir de diferentes “objetos” e inserções profissionais. Na forma de coletânea, 11 autores socializam suas sensibilidades a partir de uma plural e harmoniosa combinação de ênfases em torno da centralidade dos objetivos propostos, e muito bem anunciados na introdução, pelos seus organizadores: “nosso objetivo, na organização do livro, foi conjugar reflexões sobre experiências concretas de pesquisa nas ciências sociais que têm como reparo estranhos recursos e fascinantes descobertas” (p. 9).
Embora possa parecer uma inovação, fruto de inúmeras e contemporâneas discussões a respeito da “linguagem científica” estamos diante de uma fluida interação desses autores também com suas próprias fontes teóricas, incluindo muitos clássicos das ciências sociais, mediada por um sólido trabalho empírico.
Essa interação resulta num processo comunicativo daquilo que é muitas vezes produzido e “represado” por tantos colegas, tornando o plano da produção mais privilegiado em detrimento ao da circulação.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Bar Inteligente

A noite de Imperatriz ficou mais charmosa com a recente inauguração do "cantinho inteligente" o bar Crafter! Nova Imperatriz é o bairro que acolhe o mais novo empreendimento.

Quartas, o violão e o microfone ficam livres e quem quiser pode dividir seus talentos musicais.

Quinta, hum!!! Quinta é de encher os ouvidos o melhor da MPB, com Lena Garcia. Tô sempre lá para conferir. Cerveja gelada, boa pizza, tudo de bom!!! Venham, cabe todo mundo lá!!!!


textículo e clik: Vanusa Babaçu

domingo, 3 de outubro de 2010

Povo Awá-Guajá: “Nós existimos”

 Diego Janatã
http://mainumiimagem.blogspot.com/2010/09/povo-awa-guaja-nos-existimos.html

foto: Diego Janatã
 

Na região conhecida como Alto Turiaçu, no Noroeste Maranhense, mas um tanto da amazonia brasileira é destruída. Diariamente, caminhões e caminhões saem lotados da mata, roubando e assassinando os povos indígenas que sofrem com o drama da devastação da madeira dentro de seus territórios.
Na contramão dessas tragédias anunciadas, grupos de guerreiros deixam suas casas no seio da floresta para se encontrarem com os seus parentes. Em busca de aliados, o povo Awa Guajá sai da mata e com a cantoria dos karawaras, viajam para o céu e descobrem do alto um novo horizonte de destruição e aterrisam de volta com o grito: “Nós existimos”.
O Conselho Indigenista Missionário e o Povo Awá-Guajá, em parceria com a CNBB Regional Nordeste V, Diocese de Zé Doca, pastorais e movimentos sociais, realizaram um grande encontro denominado "Acampamento NÓS EXISTIMOS" TERRA E VIDA PARA OS CAÇADORES E COLETORES AWÁ-GUAJÁ.
O evento que aconteceu nos dia 01,02 e 03 de agosto na cidade de Zé Doca, localizada há 400 quilômetros de São Luís, também contou com a participação de lideranças indígenas de outras etnias como os Guajajara e os Ka’apor.
O Acampamento serviu de base para palestras e denúncias sobre a situação de invasões de Terras Indígenas no Brasil, em especial as do povo Awá, bem como outros informes sobre o atual momento do povo.
FUNAI tenta atrapalhar reencontro
O acampamento, a princípio, contaria com a presença dos representantes das 04 aldeias do povo Awá-Guajá: Tiracambu, Awá, Guajá e Juriti. De última hora a FUNAI, que seria a responsável pelo transporte dos indígenas da aldeia Juriti para o lugar do evento, alegou que não mandaria os índios e nem um representante do órgão, pois, segundo a FUNAI de Brasília, a cidade de Zé Doca estaria controlada por madeireiros e não oferecia segurança para os participantes. Entretantos, para os indígenas presentes, a FUNAI não participou pois não tem interesse em ajudar. “FUNAI tem é medo de índio”, revela Takaiju, liderança da aldeia Guajá.
O Acampamento é necessário para compreender e a apoiar as lutas dos Povos Indígenas, de maneira concreta, pela garantia e proteção de suas terras e por uma política indigenista voltada aos direitos, anseios, necessidades das comunidades indígenas; e as relações do “bem viver” estabelecidas pela maioria dos povos indígenas fundamentadas na reciprocidade entre as pessoas, na amizade fraterna, na convivência com outros seres da natureza e num profundo respeito pela terra.
O GRANDE ENCONTRO
Em um primeiro momento antes do Acampamento que aconteceu na Praça Matriz da cidade, os Awa Guajá das aldeias Tiracambu, Guajá e Awá se reuniram no Centro Diocesano de Zé Doca e celebraram com muita cantoria o reencontro dos parentes separados pelo contato. Em parceria com os Ka’apor, o duelo de cantadores se estendeu até altas hora, revelando uma grande harmonia entre esses povos.
Na manhã seguinte, os Awá se reuniram para traçarem estratégias para o Acampamento. Na pauta de discussões a questão da madeira foi a mais discutida, pois se trata da mesma realidade para todo o território Awá.
Itati, liderança da Aldeia Awá, falou a respeito da vida de seu povo, mostrou como vivem os awá. Os utensílios que utilizam. “Tudo isso aqui quem fez foi Awá, branco não deu nada pra índio. Eu acho muito bom”, orgulha-se a jovem liderança que também reclamou a ausência da FUNAI no encontro, mas destacou o apoio dos aliados. “Como vamos fazer para resolver nossos problemas ? O CIMI pode nos ajudar. Vamos nos organizar para nos encontrar outras vezes, dessa vez com os nossos parentes do Juriti.
Saulo Feitosa, secretário nacional do CImi, diz que o momento dos Awá é histórico e muito significativo. “vocês mostram que querem resolver seus problemas. Fiquei impressionado com a força da sua cultura, isso é um projeto de vida”. Comenta a respeito da dificuldade dos Awa deixarem as suas aldeias, as suas famílias e seus bichos. “É um esforço de vocês para mostrar para a população brasileira que o povo Awá Guajá existe”, afirma.
Madalena Borges, missionária do CIMI, se emociona ao falar do encontro, revela ser um sonho que está sendo realizado."Os Awá ainda vão conquistar muita coisa”, profetiza.
O ACAMPAMENTO
Na manhã do dia 02, os Awá Guajá saem em direção à Praça Matriz, aonde se realizou o Acampamento. Sob o olhar curioso da população local, os indígenas cruzam a praça entoando os cânticos dos karawaras.
Carlo Ellena, bispo da diocese de Zé Doca, foi o responsável pela abertura do evento, deu as boas vindas à todos os presentes. Na oportunidade ele destacou a preocupação da igreja com relação a situação dos povos indígenas, que é uma realidade de muita luta e resistência, lembrou que os povos indígenas estão presentes na mente e no coração da Igreja do regional e conhecem as dificuldades que os indígenas passam em suas aldeias.
”Eu fico muito feliz em encontrar vocês meus irmãos. Hoje é um dia muito importante e vocês devem expressar suas vontades, dificuldades e desejos”.
Don Xavier, presidente do Regional, leu para os participantes uma mensagem da XV Assembléia Regional de Pastoral da CNBB Nordeste V sobre a situação dos povos indígenas do maranhão. “Deixam-nos perplexos as intervenções do governo federal que em nome do progresso regional financiam hidrelétricas e outros projetos de grande impacto social e ambiental sobre as comunidades indígenas e seus territórios sem a devida consulta prevista inclusive pelo artigo 169 da Organização Internacional do Trabalho”.
Takaiju, liderança Awá comenta a relação do índio no mundo dos brancos e do branco no mundo indígena, que é a realidade da mata. Do respeito de cada um quando vai na casa do outro. “Nós chegamos na cidade e não roubamos nada. Não fazemos mal pra ninguém. Se tiver dinheiro, índio compra. O karaí chega na mata e corta madeira, rouba a mata da gente que somos os donos da terra. Parente não gosta disso”, afirma.
O jovem cacique da aldeia Awa, Manãxika, falou do seu avô, que não vive mais. “O branco veio para terra dos índios e colocaram roça. Branco botou roça dentro da terra e o madeireiro chegou também. Estamos aqui na cidade para mostrar que Awá existe. Eu sou Awá e estou aqui com os meus parentes. Venho mostrar que eu estou vivo e madeireiro não vai acabar com a gente”, afirma.
Tiparexa’a, liderança da aldeia Tiracambu fala que o branco entra em sua terra, porque branco não gosta de índio e nem da natureza. “Nós gostamos muito da terra, comemos de graça. Quando venho para a cidade tenho que comprar comida de branco”, diz.
A BUSCA DE ALIADOS
Para o combate aos madeireiros que devastam seus territórios e a retirada dos invasores, os Awá perceberam que é necessário muito apoio. As entidades presentes no evento e também os Ka’apor e os Guajajaras, firmaram o compromisso com a causa Awá, se mostraram parceiros para eventuais campanhas e outras manifestações de apoio. “É vergonhoso para o Governo Brasileiro que seja preciso os índios montarem um acampamento para provarem que existem. A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos se coloca a disposição para trabalhar em parceria com o CIMI e os povos índígenas”, prometeu Vicente, representante da SMDH.
A línguista e professora da Universidade de Brasília, Marina Magalhães que trabalha com o povo awá, estudando a língua materna, destacou a importancia do encontro para o povo Awá e os considera seus professores na arte de viver em harmonia com a natureza. “Vocês podem contar com a gente, estou propondo um grupo de pesquisa e de apoio entre os estudantes da UNDB para contribuírem com o povo Awá”, disse.
De acordo com o professor István Varga, da Universidade Federal do Maranhão, boa parte da população sertaneja que é jogada contra os índios tem sangue indígena e não se dá conta disso. “Aqui na região do alto Turiaçu houve no passado aliança entre os negros quilombolas e as populações indígenas para controlarem o avanço das frentes agrícolas”, comentou.
Antonio Guajajara, da Aldeia Nova, no município de Arame, convidou a população não indígena presente à apoiar a luta dos Awá. “As pessoas da cidade de Zé Doca precisam apoiar os meus parentes. Eles são muito importantes, um dia vocês vão precisar deles”, pediu.
De acordo com cacique Ceron Ka’apor esse tipo de reunião é muito boa para os índios, pois têm a oportunidade de conhecer a história de outros povos. “Estamos aqui também junto com os parente Awá-Guajá, para dizer que do jeito que está é muito difícil. O problema da madeira é muito grave. Madeireiro quer destruir tudo. Não pode deixar. Lá em nossa aldeia não deixamos madeireiro entrar”, afirma.
Para Saulo Feitosa o Acampamento teve várias conquistas. A realização dele por si já é uma delas. Pois se trata de uma região de conflito. “Foi um evento importante para a mudança de paradigma da população local, pois existe no imaginário popular uma visão muito distorcida dos povos indígenas”, afirma Saulo, destacando a importância dos depoimentos das pessoas da paróquia se solidarizando com a luta do povo Awá. O secretário nacional do CIMI, destacou o enfoque interno do Acampamento, a articulação dos Awá com os outros povos.

SECRETARIA DA MULHER TENTA GOLPE NA POSSE DAS CONSELHERIAS ESTADUAIS DA MULHER

Mulheres de Ciriaco - Foto: Vanusa Babaçu



  Conceição Amorim*


 Na posse das conselheiras do Conselho Estadual da Mulher realizada na última 5ª feira dia  30 de Setembro, as 10 h da manhã, no auditório do Conselho Estadual  do Trabalho,  as conselheiras foram surpreendidas, com o recebimento de uma cópia do Diário Oficial do Estado que suprimia nove meses de seus mandatos. No Diário Oficial e nas  nomeações  que a Secretaria Catarina Bacelar encaminhava as conselheiras o mandato das mesmas iniciava em 27 de novembro de 2009 e terminava em 26 de novembro de 2011, ou seja a secretaria lhe suprimia nove meses de mandato.Erro de  digitação? Desconhecimento da Lei que cria  o Conselho? Ou dificuldades da atual secretaria de conviver com a democracia haja vista as várias discussões em que se envolveu com membros do Fórum Estadual da Mulher que representam a sociedade civil no Conselho?
As conselheiras se recusaram a assinar o ato de nomeação e de imediato iniciou-se uma polêmica contornada pelo discurso de várias conselheiras da sociedade civil que sensibilizaram as representantes do poder público a também não assinar.  A secretaria da Mulher não teve argumento para defender o que estava no Diário Oficial, ficando mais uma vez patente seu despreparo para conduzir uma secretaria e sua insistência em empossar as conselheiras da sociedade civil demonstra sua falta de visão em relação a questões legais que envolvem Estado e Sociedade Civil.
O Mandato do Conselho  previsto na  lei  são de dois anos  consecutivos, as representantes da Sociedade Civil, são eleitas entre as entidades, que  fazem a luta  política pela Igualdade de Gênero, pelos  direitos da mulher em  âmbito estadual. Os representantes do poder público são indicados pelo Estado. A expectativa em relação a posse das conselheiras é grande haja vista os embates passado da sociedade civil com a atual secretaria que praticamente inviabilizou as ações do conselho.
A primeira reunião do Conselho está marcada para o dia 15 de  outubro, quando  será eleita a Diretoria Executiva que tratará de recuperar o tempo em que este Conselho deixou de atuar. Uma das principais reivindicações da sociedade civil é a execução do Plano Estadual da Mulher e do Pacto de Combate a Violência de Gênero aprovado pela ex-secretaria, no qual foram liberados recursos consideráveis do governo federal sem que a Secretaria dê satisfação para a sociedade de sua implementação.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Pés de babaçu - por Rosana Barros

PÉS

Para Vanusa Babaçu

O que são os pés?
Para onde querem ir?
Gostam de quê?
Qual seu futuro?

São tantas coisas que nem sei..
Só tenho a certeza que continuarei seguindo
E quem sabe um dia encontrarei as respostas
E minhas dúvidas serão levadas com as águas da chuva
Até o dia em que irão desaguar no mar.


 texto: Rosana Barros

Pés de Babaçu, descanso merecido - praia de Viração- Cidelandia -MA. clik: Vanusa Babaçu