quinta-feira, 27 de maio de 2010

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Exposição FOTOGRÁFICA - Vanusa Babaçu



ANDANÇAS E OLHARES
EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA DE
VANUSA BABAÇU
Leveza e simplicidade, elementos peculiares na construção do olhar diferenciado para o que se percebe como comum. A vivência entre as populações que compõe o universo rural da região oeste maranhense contribuíram para que a pedagoga e educadora popular Vanusa Babaçu, registrasse momentos ímpares que costuram o cotidiano rural maranhense, registrado através de câmera amadora, componente comum aos aspirantes a fotógrafo.


DIA 25 DE MAIO DE 2010
                      A PARTIR DAS 15H
NO CESI/UEMA
ENTRADA FRANCA 
 TEXTO E ARTE: CAIRO MORAIS / FOTO DE VANUSA BABAÇU 

quarta-feira, 19 de maio de 2010


LANÇAMENTO DO LIVRO: GRILAGEM, CORRUPÇÃO E VIOLÊNCIA EM TERRA DO CARAJÁS (AUTORIA DO PADRE VICTOR ASSELIN)
    

O evento está sendo organizado Pela CESI/UEMA através do Programa DIÁLOGOS e o Centro de Educação e Cultura do Trabalhador Rural – CENTRU/MA.   Apoiado por várias entidades da sociedade civil. Padre Victor foi um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra (CPT) no Brasil e o seu livro, lançado pela primeira vez em 1982, é considerado uma das principais denúncias sobre a grilagem de terras em nosso país. O lançamento desta nova edição tem como objetivo principal estimular o debate sobre a questão agrária no Maranhão.

O evento

DATA DO EVENTO: 25/05/2010
LOCAL: CESI/UEMA
PROGRAMAÇÃO:
14h00min – 14h15minh Abertura
14h15min – 14h45min Mostra fotográfica com esclarecimentos pela autora
Autora: Vanusa Babaçu (Pedagoga)
14h45min - Oficina: Formação de lideranças comunitárias.
Formador: Pe. Victor Asselim
16:30h - Lanche
17:30h - Lançamento do Programa “DIÁLOGOS”
18:00h – Lançamento do Programa de Mestrado em “Desenvolvimento Sócio espacial e Regional”
Coordenadora do Mestrado: Dra. Zulene Muniz Barbosa
19:00h – Mesa redonda: “A sócio-sustentabilidade e a questão da terra”
Coordenação: Prof. Expedito Barroso (COORDENADOR DO CESI/UEMA)
Palestrantrantes:
Dom Gilberto Pastana (Bispo de Imperatriz)
Tema: O plebiscito sobre o limite da terra.
Manoel Conceição Santos (Educador Popular)
Tema: O empoderamento social a partir da terra
João Palmeira Junior (agrônomo)
Tema: Impactos socioambientais dos grandes projetos.
20:00 – 20:30h – Participação da Plenária
20:30 – Lançamento Livro “Grilagem: corrupção e violência em Terras do Carajás”
Autor: Victor Asselim
20:30 – 20:45- Apresentação do obra e do autor pelo editor.
20:45 – 21:30 – Trajetória de lançamento e relançamento da Obra pelo autor
21:30 – Sessão de autógrafos.
MOMENTO CULTURAL

 


LIVRO - Grilagem: corrupção e violência em terras do Carajás, de Victor Asselin 

 



  Ética Editora
- 1a edição: Petrópolis, Vozes/CPT, 1982.
- 204 p.
Nota do autor à 2ª edicão
Estávamos em 1982 quando nasceu o livro Grilagem: corrupção e violência em terras do Carajás. Era no tempo da ditadura militar, tempo de muitas lutas no campo. Estamos em 2009. Novo encontro. Sim, novo diálogo com a questão fundiária e os trabalhadores rurais. Mais de 25 anos se passaram. Houve mudanças, mas a história não se nega. A vida do trabalhador rural mudou, mas no solo pisado ficou gravada a sua doação, com as manchas do próprio sangue. Vida arriscada a todo o momento. Este homem, esta mulher, esta criança viveram o tormento no espírito e a perseguição na carne. O terror da apropriação indébita e inescrupulosa das terras maranhenses iniciada na década de 60 foi cruel e sem piedade. Após todos esses anos, podemos afirmar que o que podia ser hipótese na década de 80 tornou-se FATO CONSUMADO.
Queremos estabelecer novo diálogo a partir da reedição do mesmo livro. Por quê? Questão de relembrar. Quem não tem memória do passado não pode ter criatividade para o futuro. É preciso FAZER MEMÓ- RIA. Muitos pedidos foram e estão sendo feitos para o livro voltar às livrarias. O momento chegou de tirar da poeira fatos, eventos e situações vividas por trabalhadores e trabalhadoras da geração passada. São cenas da história que ainda têm a capacidade de despertar a consciência de quem busca abertura e pista para uma mudança significativa do Estado do Maranhão. Em outras palavras, um jeito de manter viva a história, pois só ela alicerça e garante segurança, veracidade e esperança.
Os trabalhadores e trabalhadoras rurais do Maranhão precisam relembrar a luta dos seus antecessores; os moradores das periferias das cidades necessitam refazer a viagem do meio rural para o meio urbano; os historiadores precisam reler o passado para entender e compreender o HOJE; enfim todos e todas, em conjunto, temos a dura tarefa de assumir o passado para atualizar o presente e sonhar o futuro.
No começo dos anos 60, o município de Imperatriz era produtor de arroz e exportador para Anápolis e para o Estado de Minas Gerais. Já havia grilagem na região Norte do Estado como, por exemplo, em Turiaçu onde a usucapião era uma verdadeira indústria. Em Carutapera se encontravam títulos fraudados de terra. Foi a construção da estrada Belém- Brasília, iniciada no fim dos anos 50 que marcou de fato a integração do sul do Maranhão aos Estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo dando, infelizmente, o sinal verde para uma política de entrega das terras do Maranhão aos interesses alheios e não aos maranhenses, através de um processo inescrupuloso de grilagem. Em 1967, a Sudam aprovava a CIDA, projeto de exploração da madeira que, por conveniência, modificou a estrada de Coquelândia para a nova cidade Cidelândia, dando acesso ao extremo oeste do Estado. Em 1968, criaram-se a Delegacia de terras em Imperatriz e a lei Estadual de Terra, instrumentos necessários para facilitar a ocupação dos grandes latifundiários; Em 1969, abriu-se nas matas virgens do Pindaré a estrada Açailândia-Santa Luzia, região onde se registraram as piores chacinas dos trabalhadores rurais. Precisava “limpar a área” como se dizia, e nada melhor para isso do que inventar a existência de movimentos subversivos. Era permitido “matar sem que fosse crime”, questão de segurança nacional. Época triste e trágica: o maranhense foi despojado do seu patrimônio. E mais, o Governo criou a COLONE e a COMARCO, supostos projetos de assentamento de trabalhadores. A realidade demonstra a quem queira entender que, ante as condições impostas, o objetivo era o de formar um reservatório de mão de obra barata a serviço dos fazendeiros.
Veio a Constituinte. Alegria, euforia, sentimento de vitória! As Igrejas e os movimentos populares organizaram a participação do povo em todo o Estado. Ninguém ficou de fora. Foi um despertar de cidadania. Momento de esperança. Seguiu a desilusão. Imaginávamos que, uma vez elaborada a nova Constituição, chamada “Constituição Cidadã”, os novos dirigentes políticos assumiriam a causa do povo e lutariam para o Bem-Comum. E nos afastamos da luta. Confiamos e fomos enganados. Bem que ocorreu o movimento dos trabalhadores na região de Buriticupu, resultando na RECONQUISTA das terras da região. Mas os sindicatos esqueceram suas conquistas e reassumiram a política assistencialista e paternalista, característica dos anos 1960-70. O trabalho de aposenta13 doria dos sócios mais idosos foi priorizado à luta pela terra. Após uma geração de ausência da luta, estamos, graças a Deus, tomando consciência de que tudo deve ser conquistado. É preciso o reencontro.
A publicação do livro, em abril de 1982, provocou reações em todo o país, em particular na região tocantina do Estado do Maranhão, pois, foi-lhe dada toda uma conotação política partidária, pelo fato de aquele ano ter sido um ano eleitoral. A conjuntura da época que justificou a decisão da publicação era bem outra. Foi um gesto profético de solidariedade, exigido pela necessidade de denunciar a causa principal das perseguições e das numerosas mortes de trabalhadores e trabalhadoras rurais. A reedição tem finalidade bem diferente, pois, a conjuntura atual exige de todo cidadão e cidadã mais transparência ainda. O Brasil amadurece na experiência democrática, e o Maranhão aposta para sua libertação de tantos anos de dependência. Tomar consciência da importância de sua participação na vida pública e do uso do discernimento para melhorar a prática cidadã são atitudes indispensáveis para efetuar uma mudança de fato. Isso é fazer política, pois é uma busca do Bem-Comum, dando atenção especial aos mais excluídos, o que levava o papa Paulo VI a afirmar que “a política é o exercício por excelência da caridade”. Assim sendo, o compromisso cristão não pode se fazer ausente neste tempo ímpar.
Fazemos votos de que a reedição do livro Grilagem reacenda o “fogo sagrado” em cada cidadão e cidadã maranhense, para retomar o rumo ainda estreito e cheio de obstáculos, da conquista de sua libertação. Sua leitura permitirá à jovem geração, aquela que não teve oportunidade de tomar contato com a experiência de seus pais e avós, de se aproximar dela e fazer sua a árdua experiência desses heróis que moldaram sua personalidade na coragem e na paixão pela defesa do Estado. A reedição do livro se propõe a ser um instrumento de inserção das gerações de todas as idades. Quem sabe, se um dia, o tempo e a energia permitirão o complemento desta história viva dos trabalhadores rurais após o ano de 1982, até o momento presente nesta região e neste Estado, palco de lembranças que não podem se apagar, sob pena de o trabalhador perder a sua identidade. Agradecemos ao amigo jornalista Emílio Azevedo pelas últimas páginas que encerram o livro, as quais demonstram que a história ainda não tinha terminado e ainda não terminou, já que as vidas do
trabalhador e da trabalhadora rural se edificam a cada dia que passa e abrem espaços que serão ocupados por uma mudança significativa, levando- os a entender que UM OUTRO MARANHÃO É POSSÍVEL!
Deus queira que Grilagem: corrupção e violência em terras do Carajás seja um chamado à responsabilidade coletiva.
Victor Asselin

terça-feira, 18 de maio de 2010

Validuaté




Validuaté é um tempo e um espaço, vários espaços a um só tempo e ainda muitos tempos num só lugar. É um canto, um verso, um conto, uma fábula, uma epopéia - enfim hemos de afogar o mundo em livros - um bilhete, uma notícia, uma lista de coisas...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Devolução - Vanusa Babaçu

Enderecei as cartas sem CEP e o correio sem dó, devolveu-me. Talvez assim eu relei-as e encontre os prováveis erros de grafia, já que insisto no velho erro de não notar o ponto final no fim da linha, que tu colocaste no mês de festas carnavalescas. Já se faz chegada a hora. Quanta vezes me dirás? Onde mais ainda escreverás que finalizastes? Que as delongas se fazem desnecessárias. que és mais feliz sem eu?

Se eu fico ao Leo, ou cá, onde mesmo está a diferença para ti? E para o meu pequeno mundo desenhado a lápis de fantasias minhas. Preciso acordar e quem sabe coar o café amargo das ressacas matinais de sábados. Onde esta meu manual de viver sem ti? Esquecestes de deixar comigo. Como farei, se tu não sabes o endereço velho do qual teu amante novo deverá postar, com tua fiança a tal carta prometida.

Não mande os postais, nem desenhe os faróis que alumiam minhas dores. Que dores? Nem sei do que falo, ficarei cá, sem de ti nada saber, mas saberei acordar desse sonho que se faz só meu. Diga-me que nunca viu esse filme de roteiro desconhecido.

Minha pretensão de fumar o último cigarro foi interrompida pela falta do fósforo. Nem sal tinha na cozinha desordenada. Mas, será melhor que eu durma desconhecendo o senhor do meu destino. Por favor, quebre a aliança vulgar e barata que carregas em teu dedo. E arquitete tua vida pautada nas verdades construídas por ti.

E se eu te amo?
Pra que saber?

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Batom e sangue - Vanusa Babaçu

E no coração do menino: 
Amor
e na suas mãos o doce recado
da arte
da vida bonita
de pouca cor
de recado desentendido
Quem sóis oh, menino?
dondes vem?
o que te trouxe a cá?
herdardes de quem tal arte?
e quem lhe ensinou amar?
Ficas mudo?!!
Então segue!
E leva teus lápis!
e deixa cá, meu coração
desenhado
Em rascunho preto e branco!
Pois de vermelho
sangue e batom.

Desenhos: Cairo Morais