quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A pessoa, o lugar, o objeto
estão expostas e escondidos
ao mesmo tempo só a luz,
e dois olhos não são bastantes
para captar o que se oculta
no rápido florir de um gesto
É preciso que a lente mágica
enriqueça a visão humana
e do real de cada coisa
um mais seco real extraia
para que penetremos fundo
no puro enigma das figuras.

Fotografia - é o codinome
da mais aguda percepção
que a nós mesmos nos vai mostrando
e da evanescência de tudo,
edifica uma permanência,
cristal do tempo no papel.


CARLOS DRUMMOND ANDRADE

Encomenda

Desejo uma fotografia
como esta — o senhor vê? — como esta:
em que para sempre me ria
como um vestido de eterna festa.


Como tenho a testa sombria, 
derrame luz na minha testa.
Deixe esta ruga, que me empresta
um certo ar de sabedoria.


Não meta fundos de floresta
nem de arbitrária fantasia...
Não... Neste espaço que ainda resta,
 
ponha uma cadeira vazia.

Cecilia Meireles


terça-feira, 29 de novembro de 2011





Eu quero que no trajeto da estrada também dê tudo certo, não só no final.
Renato Rocha

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

16º Prêmio FORD de Conservação Ambiental




Sr Nenzinho no curso de Educação Ambiental - outubro 2011 - ACADEBIO




Um email assim um presente encaminhado por Tiago Juruá eu partilho com mais,


Querida família da Educação Ambiental do ICMBio,

Foi com grande felicidade que recebemos essa semana a notícia de que o Nenzinho foi o vencedor do 16º Prêmio FORD de Conservação Ambiental na categoria Conquista Individual, pelo trabalho desenvolvido para criação da RESEX do Cazumbá-Iracema, em Sena Madureira/AC.

Estamos aqui ainda curtindo tudo e, claro, compartilhando com os amigos esse grande reconhecimento de um dos maiores prêmios da área ambiental no Brasil. Quem conheceu o Nenzinho pôde conhecer também um pouco sobre a sua história de dedicação à causa e doação ao próximo, que serve de exemplo e inspiração a todos nós que atuamos na área ambiental. 
Agradeço sempre o merecimento que estou tendo de conviver e aprender com essa pessoa fantástica e inspiradora. Isso não tem dinheiro que pague!!!

E a notícia veio como presente pela passagem do seu aniversário, que assinala mais uma volta em torno do sol no dia 30/11. Lembrem de dar os parabéns!!!

Hoje (dia 24) a noite ele concorre a mais um prêmio: o Prêmio Personalidade Acreana, na categoria Meio Ambiente.
E amanhã encerra-se a votação para o Prêmio Betinho Atitude Cidadã 2011, que ele também é um dos indicados. http://www.coepbrasil.org.br/premiobetinho/tiagoranzi.aspx

Vamos torcer!!! 2012 promete! Marca os 10 anos da Cazumbá!
Programem-se e venham comemorar conosco a primeira década da RESEX. 
São todos bem vindos!!!

Nos vemos, nos falamos! Vamos manter contato!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Cerrado, Imagens de trasformações e fronteiras

Britânico, Peter Caton e sua colaboradora Cristiane Aoki, estiveram em 2010 registrando fotos do bioma brasileiro mais ameaçado atualmente: O Cerrado. A intenção da exposição é promover a discussão sobre a preservação ambiental e, por meio da arte, possibilitar a imersão em diferentes comunidades do bioma Cerrado, passando por Goiás, Minas Gerais, Tocatins e Maranhão, além de proporcionar o contato com as questões fundamentais dessa realidade, como a monocultura, a diversidade, o desmatamento, o desenvolvimento ambiental, as ameaças às comunidades tradicionais e aos povos indígenas.

Suas fotografias mostram para o público os assuntos fundamentais para o bioma Cerrado, como a monocultura, a diversidade, o desmatamento, o desenvolvimento ambiental, as ameaças às comunidades tradicionais e aos povos indígenas.

A exposição “ Peter Caton: - Cerrado, Imagens de transformações e fronteiras” fica até o dia 28 de janeiro de 2012 no MuBA (sede núcleo de Design), localizado na Rua José Antônio Coelho, 879. O horário de funcionamento é de segunda à sexta-feira das 9h00 às 21h00 e aos sábados das 9h00 às 16h00.


Mais sobre isso:
http://fotorealidade.blogspot.com/2010/10/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html

Entorno

Terra de ninguém

É estarrecedor, é revoltante, é dolorido a noticia principal dessa manhã, de terras de Frei, de Princesa, de Magestoso rio. Eu, infelizmente vejo essa cidade como terra de ninguém. Sem lei, sem zelo, sem segurança. Essa familia, que enterra seu filho hoje, vai sofrer até que a dor lhe seja amenizada, não há justiça que traga de volta seu ente querido. Essa terra é terra de medo. Nada podemos ter.

Vem agora o sentimento de perda, dor e revolta  da família, dos amigos e da sociedade como um todo  e , a  “ esperança”  de que o crime não seja mais um a  ir para a galeria dos insolúveis. Jean Carlo



Por varias vezes eu encontrei esse rapaz, Sandes Emanoel, que só agora fiquei sabendo como se chamava. Ele nunca passou por mim despercebido, era altivo, cheio de vida e parecia muito feliz entre seus pares.Nunca troquei uma palavra sequer com ele. Mas não há possibilidades de neutralidade num evento desse porte.

Tenho um filho quase da mesma idade, não temos posses pra que alguem pense em lhe sequestrar. No entanto em Imperatriz do Maranhão se mata também por você ter uma bicileta velha, um relogio, ou uma havaiana.

Acorda cidade, autoridades façam alguma coisa por seus filhos mãe gentil. Eu quero sentar com minha neta ANA BABAÇU, na beira do rio, contar belas historia e vê-la crescer correndo por essas ruas, sabendo que vai chegar em casa.

Do meu  lugar de mae de dois filhos que pari e criei nessa terra (com esforço e muito trabalho) e avó de uma neta. Eu, abraço essa familia e deixo meus sentimentos de pesar à toda a familia enlutada.


Vanusa Babaçu

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Mais uma vez Babaçu


O concurso "A química através da câmera" apresenta seus vencedores


Foto acima - A feitura do Azeite.

Parabéns! Você  venceu o primeiro lugar do concurso “A química através da câmera”, na categoria “A química num instante”. 


Depois de avaliar as contribuições de quase 200 candidatos, o comitê de seleção do concurso "A química através da câmera" chegou às fotografias e aos vídeos vencedores. O prêmio foi parte das comemorações do Ano Internacional da Química, numa parceria entre o Museu da Vida/Casa de Oswaldo Cruz/Fiocruz, a Sociedade Brasileira de Química, o Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS, o Catavento Cultural, o Museu Paraense Emilio Goeldi, o MEC e o CNPq/MCTI.
O principal objetivo do concurso foi chamar a atenção para a relevância da química no dia a dia das sociedades e para a sua importância na construção de um mundo sustentável. A escolha não foi fácil: foram 247 fotografias e 19 vídeos na disputa por um lugar entre os três vencedores de cada categoria.
O concurso contemplou jovens de 14 a 25 anos, vindos de todas as regiões do país. Marcaram presença os estados do Acre, de Alagoas, do Amapá, da Bahia, do Ceará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, de Minas Gerais, do Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, de Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. Os participantes puderam concorrer enviando até três fotografias (para a modalidade "A química num instante") e somente um vídeo, com a duração máxima de um minuto (para a modalidade "A química em movimento").
O primeiro colocado de cada categoria ganha uma viagem para conhecer espaços de ciência no Brasil, que pode ser rumo ao Museu da Vida e Jardim Botânico do Rio de Janeiro, no Rio de Janeiro (RJ); ao Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS e Planetário da UFRGS, em Porto Alegre (RS); ao Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém (PA); e ao Estação Ciência, Catavento Cultural e Instituto Butantan, em São Paulo (SP). Já o segundo e o terceiro colocados levam para casa um kit “Química”, com livros e DVD.
Conheça abaixo os vencedores do concurso "A química através da câmera":
Categoria "A química num instante" (fotografia)
Primeiro lugar: Roberto Henrique da Silva Lima (do Maranhão)
Segundo lugar: Thais Spínola Afonseca (do Rio de Janeiro)
Terceiro lugar: Taylana Piccinini Scolaro (de Santa Catarina)


Categoria "A química em movimento" (vídeo)
Primeiro Lugar: Késia Filadélfia Dionízio Silva (de Alagoas)
Segundo lugar: Janssen David de Oliveira Brogio (de Minas Gerais)
Terceiro lugar: Nathalia Moraes de Ataídes (do Mato Grosso do Sul)


Clicando aqui, você vê no nosso Flickr uma galeria com as fotos vencedoras e as demais finalistas do concurso. No nosso canal do YouTube, você pode assistir aos vídeos que chegaram à reta final da competição. Clique aqui para vê-los.
Agradecemos a participação de todos os concorrentes e desejamos parabéns aos ganhadores, com quem a equipe do Museu da Vida entrará em contato.

domingo, 13 de novembro de 2011

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cultura: do pensamento para o entretenimento

Cultura: do pensamento para o entretenimento


Nada mais desprezível e repetitivo do que certas falas sobre cultura que jorram nos congressos, seminários, na mídia, hoje em dia. A impressão é que houve uma perda da capacidade de produzir pensamento e a ausência de platéias seduzidas pela reflexão. Não se interroga a produção simbólica, faz-se reivindicações, relatos, comentários para animar um auditório acostumado ao olhar da televisão. Se algum dia na história, o filósofo, o intelectual, o crítico, o artista, o poeta ocupavam o lugar privilegiado de formar opinião, hoje, esse lugar é ocupado pelo produtor, o empresário cultural, o profissional de marketing. E a cultura é vista apenas como um agente de estímulo da economia de uma sociedade em declínio.
O discurso fica na superficialidade. Que a cultura é um bem de consumo, ninguém duvida, gera emprego, garante retornos significativos para a economia de uma cidade. Mas os profissionais do marketing, os políticos e os empresários ignoram na cultura a sua lógica: a do sentido, que ela é uma dimensão da existência do homem. “O que chamamos ‘cultura’, portanto é a ciência e a consciência com que o homem ocupa o espaço e o tempo de sua morada histórica. E o homem culto é aquele que cultiva essa ciência e essa consciência.” (Gerardo Mello Mourão). A cultura é um conjunto de práticas por onde transitam uma autonomia, a experiência de uma saber e uma política específica. O patrocínio, que substituiu o antigo mecenato, reduziu os problemas da cultura às leis da economia e o poder do patrocinador acabou decidindo sobre padrões estéticos ou linguagens. Há uma valorização arbitrária de um produto cultural em detrimento de outro e a divulgação fica submetida a um jogo de poder de quem manipula direta ou indiretamente com os mídias e o mercado.
Somente com talento e invenção é difícil competir no mercado. Os profissionais que ganharam celebridade através do marketing cultural animam o espetáculo que faz da cultura um supermercado de entretenimentos. “Nos meios de comunicação, a confusão que se estabelece entre o princípio tradicional de celebridade baseado nas obras, e o princípio midiático baseado na visibilidade da mídia é cada vez maior.” (Pierre Bourdieu). A cultura passa a ser apenas o que ela representa no campo da economia e da diversão. Enquanto se discute as leis de incentivo à cultura, não se discute a idéia de cultura e as instituições culturais não cumprem o papel de difundir um princípio de cidadania cultural. Uma política cultural indecisa, calcada em princípios pouco profissionais que desprezam ou desconhecem o fazer e suas materialidades específicas. E sem trabalhos, sem críticas, sem um suporte que sustente a formação e a divulgação da informação não vamos construir nenhuma credibilidade cultural. “A arte age e continuará a agir sobre nós enquanto houver obras de arte” (Merleau-Ponty). E não discursos sobre as obras.
Uma cidade, um Estado, um País passam a ter uma existência cultural e conquistam um reconhecimento no futuro quando aprendem a respeitar seus artistas e intelectuais, quando aprendem a conviver e garantir as disparidades culturais. Entendemos que as instituições culturais como fundações, universidades, museus etc. têm um papel importante a cumprir na produção e divulgação da informação dos produtos artísticos acima de compromissos pessoais e políticos que ignoram a natureza das linguagens artísticas. “No curso de grandes períodos históricos, juntamente com o modo de existência das comunidades humanas, modifica-se também seu modo de existir e perceber” (Walter Benjamin). A produção cultural participa dessas mudanças com a tarefa de transformar a realidade dentro de um território determinado da sociedade e do pensar onde a cultura age.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Mc Pregador

 http://www.jornalcorreiopopular.com/index.php?id=17299

 

Humberto Ferreira de Sousa tem 35 anos, nasceu em São Luis e chegou a Imperatriz em 2004.
Redação

“Ao longo de muitos anos, todo o conhecimento da ciência e a evolução do homem para em uma frase: a bíblia tinha razão”

Humberto Ferreira de Sousa tem 35 anos, nasceu em São Luis e chegou a Imperatriz em 2004, trabalhando como ajudante de pedreiro, profissão que exerceu por dois anos. Após esse período colocando a mão na massa, Humberto passou a vender frutas e verduras na feira do Mercadinho, bairro onde mora.

Um dos pontos positivos de se trabalhar em uma feira, segundo o pregador, “é a oportunidade que você tem de conhecer muita gente diferente, de outras cidades e de outros estados”. Sobre os pontos negativos: “as estações do ano. Quando é inverno as frutas ficam mais caras, vende menos e, em consequência, se ganha menos, também”.

Foi exatamente na época da feira que Humberto teve a oportunidade de conhecer a arte de pintura em quadros. Depois de seis anos como feirante aprendeu a desenvolver uma arte: “larguei a venda na feira e me dediquei a pintar quadros, e ainda faço isso”. Hoje o Mc Pregador é professor de pintura na Casa dos Especiais. “É a oportunidade que eu tenho de passar a cultura para pessoas com deficiência física e que a sociedade não dá valor. Elas expressam muito bem os sentimentos. Foi uma oportunidade dada por Deus”.

Mc Pregador também desenvolve trabalhos na área da música, com o Rap gospel, compondo e se apresentando na companhia de outros cantores do mesmo estilo, em igrejas evangélicas de Imperatriz e em outras cidades, quando são convidados. “A música entrou na minha vida há 15 anos, tive o primeiro contato na rua. Comecei a participar na dança, depois vi que me adaptava melhor no canto, então comecei a compor e cantar”.

Outro trabalho que o Pregador afirma ter livrado muitos jovens dos caminhos errados foi o grafite. “Junto com os meninos do grupo (musical) Filhos do Rei, nós levamos a arte de grafitar aos garotos de bairros da periferia. Foi quase um mês de trabalho, mas faltou estrutura, apoio”.

Hoje Mc Pregador também é micro-empresário no ramo de venda e consertos de aparelhos celulares.

Por Hemerson Pinto