domingo, 4 de julho de 2010

Pedras - Vanusa Babaçu

Cadê a tua noite minha?
Eu te peço pouco,
E é muito pra ti.
E nada me ofereces
Ou ofereces pouco
Do pouco que me ofereces
Eu demando mais,
Do muito de ti
Desnuda-se à minha frente
Destaco a tua força inteligente de atuar
De atuar bem, de parecer bem
Tão bem que arranha a garganta
Pra garantir tua paz
Paz noturna,
necessária aos sonhos dos anjos.
Paz que eu sufoco,
E ainda digo que amo
E se é pouco o que me apresentas
O que eu ainda faço aqui?
Nessa permanência cega.
Com algemas no nada.
Menino...
Cadê a tua noite minha?
Garantida nas primeiras mentiras matinais?
tamanha é minha pretensão.
Será maior que os teus cincos anos?
Manifestado claramente no esconde
esconde de tuas mãos gélidas
e frívolas, atreladas às tuas costas
O que eu te peço é muito.
Mas as respostas chegam antes das
desnecessárias indagações.
Acorda sempre cada vez mais
Menino.
E de que te serve amores
Que precisam ser gritados
Até que as pedras se façam ouvir?

Nenhum comentário: