terça-feira, 7 de julho de 2009

AH, Cavalgada









Tudo abaixo escrito, já está postado em outro blogger. No entanto diz tudo que eu penso e gostaria de dizer também, sobre esse evento que ocorre nas ruas da cidade princesa, com nome de IMPERATRIZ...



bosta verde sobre superfície negra



Fim de férias. Acabou a minha vidinha boa – sapo caiu na lagoa – de beber em plena segunda, acordar ao meio-dia e ficar assistindo ao Difusora Repórter com a Luzia Sousa e o seu "eu e você no SBT". Acabou-se. This is the end, beautiful friend. Já recebi até telefonema da Guarda Mirim me informando que estou escalado pra trabalhar na "nãoseiquegézima" Cavalgada de Imperatriz. O grande evento anual dos ruralistas, abertura da Expoimp, momento em que mauricinhos e patricinhas alugam carroças no Mercadinho pra encher a cara de Heineken enquanto são puxados por jumentos velhos de guerra do centro da cidade até o Parque de Exposições. A nata imperatrizense no seu dia glamouroso de Cheira-Peido, posando pra câmeras de 200 mega-pixels em cima das carroças enfeitadas pra depois criar álbuns no Orkut e esperar os comentários virtuais dos amiguinhos da Itz, da Texana, do Gatinhos.É uma dor de cabeça essa Cavalgada. Não só pra nós, da Guarda Mirim, que temos que chegar cedinho pra interditar as ruas, mas para a própria cidade, que literalmente "trava" durante o evento. Se no próximo sábado pela manhã um sujeito comprar um frango no Braseiro do Gaúcho e quiser retornar para a sua casa, no Bacuri, ele não conseguirá, porque será impossível cruzar a cidade - a avenida Getúlio Vargas - de um lado para o outro. A hora do almoço vai passar, o frango vai esfriar, e o máximo que ele vai conseguir é ficar parado num cruzamento. Depois o saco dele vai encher – com razão – e ele vai buzinar feito um louco e mandar o guarda que tá interditando a rua – eu, o filho da puta – tomar no cu. Mas o problema não somos nós, os guardinhas. O problema é essa Cavalgada de merda.Há cinco anos eu sinto isso na pele. Por morar no Conj. Vitória, tenho que fazer o mesmo percurso da Cavalgada pra chegar em casa. Apesar disso, os sacanas da Guarda sempre me escalam nas proximidades do entroncamento, um dos últimos pontos de interdição. Como só posso ir embora quando o último cavalo passa cagando, então é batata: mesmo que eu fure sinais, avance preferenciais, corte por dentro do Bacuri, quando eu chego perto da ponte do Cacau a maldita Cavalgada já está por lá, atravancando o meu caminho. Como não sou passarinho, tenho que reduzir a moto pra primeira marcha e seguir atrás dos animais durante uns quarenta minutos, até que, na entrada do Parque de Exposições, finalmente a BR é desobstruída e eu consigo acelerar pro caminho de casa. Nesses cinco anos, só houve uma vez que alguém se apiedou de mim. Sabendo que eu ficaria preso atrás de bípedes e quadrúpedes, um amigo - o Renan - me convidou pra matar esse tempo na casa dele, e almoçar por lá também. Almocei, conversamos, bebi café, fumei um cigarrinho e depois fui pra casa só no ponto de dormir.No caminho, perto da entrada do Parque, no acostamento da BR, entre bostas de jumento e latas de cervejas, vejo a cena que sempre me vem à mente nessa época de Cavalgada. À deriva no meio-feio, calçada com apenas umas de suas botas (perdera a outra?), tentando se levantar da sarjeta e principalmente do porre, vejo uma patricinha regurgitando debaixo do sol das três horas da tarde. Ao seu lado, algumas pessoas, não sei se rindo da situação ou tentando ajudá-la.Só me lembro mesmo de uma coisa. A de que mandei todos tomarem no cu. Claramente. Com o mega-fone do meu pensamento.

Postado por Luís Diniz às 17:17

Nenhum comentário: