segunda-feira, 20 de julho de 2009

22 anos de Vila Conceição!! FESTA!

























Uma festa!!!!


Isso mesmo, uma festança!!!



Nem o tardar da hora com a boquinha da noite se aproximando, minha moto com farol aluminado só pra cima, não me impediu de estar presente na festança da Vila Conceição, comunidade rural que eleva consigo o nome do líder camponês maranhense Mané da Conceição, homenagem dos trabalhadores rurais que ali se instalaram alcerçados na força de um pequeno grupo, liderado por este trablhador rural.

Ta certo que lá nos registro do Incra, chama-se Projeto de Assentamento Itacira I e II., dificil mesmo é encontrar algum morador que tenha lembrança dessa denominação para o cotidiano da comunidade rural.
Não fica tão distante de Imperatriz, mas cronometrando de minha casa até a vila I, bateu 36 quilômetros entre um ponto e outro, mas e daí?

Com medo (digo, PAVOR) de ir sozinha atraquei meu vizinho o Eiderson "Cabecinha" na garupa de minha Ceiça, extenção de meu corpo, quase o que poso chamar de pernas, afinal velha, vermelha e ralada a BRÓS/ 2004 nunca me deixou na mão, no chão sim é uma verdade. No entanto é sempre com ela que eu me desloco aos mais distintos e distantes lugares.

Assim saímos, as 17;30 hs infelizmente na hora preferida dos mosquitos saírem a caça de olhos, e sem duvidas encontraram os meus a certa altura da BR 010, quanto mais rodávamos mas nos rondava a sensação de termos nos perdidos pelo caminho.

Na certeza de conhecer bem a estrada, já nao contava mais com a luz do sol pra ajudar entramos à esquerda da rodovia, adentrando a estrada vicinal que liga as duas comunidades à Belém Brasiliazona, que é cortada pelo riacho Cinzeiro, logo no primeiro quilometro, tem uma ponte recém construída: cimento e ferro, mas que não agüentou ao primeiro inverno deixando de um dos lados da cabeceira da ponte uma cratera. Desconhecendo o buraco mergulhamos no escuro, eu, eiderso e a Ceiça resultando numa baita queda.

Com mais medo do que dores, um baita hematoma roxo na minha perna esquerda e os pelos do braço de meu companheiro Eiderson arrancado sem tempo para gemidos ou reclamações, erguemos a velha BRÓS/2004 certificamos que o motor estava em perfeito funcionamento , mas o farol agora completamente pra cima, sacudimos a poeira na certeza de somente sete quilômetros nos distanciar da comunidade, e lá fomos nós!

Gastamos um bom tempo para alcançar as casas que surgiram aos nossos olhos com a sensação de alívio e felicidade de se chegar ao destino traçado. Pronto!!! A Vila, o povo, o carinho, tudo para recepcionar quem chegava já pelas horas iniciais da noite.

Assim como nós muita gente deixou para chegar a noitinha. Recebemos a senha para o jantar e alojamento em uma das casas da comunidade. Escolhemos a casa da Querubina, uma quebradeira de coco babaçu nossa conhecida de longas datas, motivo de nossa aproximação com a comunidade.

Nada mais nos faltou quando adentramos a comunidade, que já estava em clima de festa, já era de nosso conhecimento a programação do folguedo desde as primeiras horas da manhã, quando a festança se iniciou com a santa missa rezada pelo bispo de Imperatriz, Gilberto Pastana. Um farto almoço já tinha sido servido para quem chegou à comunidade em horas de sol. O torneio de futebol anima as horas da tarde.

Os chegantes, das comunidades adjacentes das comunidades da Estrada do Arroz marcaram presença bem como comitivas de localidades mais distantes, inclusive pessoas de outros estados. Residem nessa comunidade, uma ala jovem que se destacam na luta e valorização da terra, entre eles Letícia e André, os filhos de Luis e Penha, que irradiam a comunidade com suas belezas e simpatia. Também outros jovens com Antonia Querubina, atual coordenadora do Movimento das Quebradeiras de coco babaçu.

A festa é continua, o conjunto de Levi e Banda, se prepara para animar o baile logo depois das falações das lideranças da comunidade de e alguns convidados, para a festança desse ano contou com a presença do Prefeito Madeira e do ex-governador Jakson Lago, entre outras autoridades. Mas a festa é mesmo do povo, feita pelo povo, organizada pelo povo. Um momento esperado da festa é o discurso emocionado do assentado ilustre, Valdinar Barros que em sua fala relembra momentos especiais da comunidade, momentos difíceis, grandes vitórias que arranca aplauso do povo em gesto de concordância. Ao encerrar o discurso inicia-se um foguetório, logo em seguida o baile dançante, levanta ate os defuntos.

Finaliza-se com a chegada da madrugada. A ultima musica do grande baile é uma valsa, outro discurso de encerramento agora já de agradecimento pela tranqüilidade que tudo discorreu, arranca novos aplausos, a grande maioria dos presentes formam seu pares para se despedir da banda. Somente da banda. Haja vista que muita gente espera o sol raiar pra tomar a saideira.

Outros tantos pelas altas horas do meio dia, ainda permanecem nos bares da comunidade curando a ressaca com outras e comentando a festança, o cheiro de churrasco nos quintais registra que ainda tem festa para mais um dia, agora de forma mais privativa, mas bastante coletiva.

Antes de alcançar a hora dos mosquitos novamente deixei a comunidade, na certeza que já tenho agenda para julho de 2010, para o retorno é minha amiga Márcia que me faz companhia, já que o meu companheiro de vinda teve que voltar de ônibus pelo fato de não conseguir equilíbrio suficiente para se segurar na garupa da minha velha e ralada Ceiça. Quem adivinha o motivo?

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