sábado, 12 de setembro de 2009

FABRICA DE CELULOSE PROMOVERÁ "BOTA FORA" NAS REGIÕES DOS COCAIS E TOCANTINS NO MARANHÃO

Foto creditos: Vanusa Babaçu - Estrada de Cidelandia- Ma, junho de 2008

No periodo de 05 a 31 de agosto a fabrica, paulista, de celulose SUZANOestará consolidando o seu programa de retirada compulsoria de comunidades tradicionais da região dos cocais e do tocantins. A empresa pretende desenvolver um complexo agroflorestal à base do plantio e processamento do eucalipto naquela região. Um dos jornais de maior circulação ( O Estado do Maranhão) diz que as cidades atingidas são:Porto Franco, Amarante e carolina; não é verdade. O complexo de plantação do eucalipto envolve, só na região dos cocais, 21 cidades eatinge centenas de povoados, comunidades tradicionais(quilombolas)agricultores familiares, atingindo , principalmente, seu modo de viver, produzir e reproduzir-se socialmente. Para organizar o "bota fora" (termo utilizado pela empresa em seu termode referencia (Projeto SPC 1008) , no que diz respeito, ao destino dospovos das terras tradicionalmente ocupadas) a SUZANO, papel e celulose, contratou a STPC do Paraná que, por sua vez, contratou no Maranhão: oInstituto de "Desenvolvimento Sustentavel"-IDESA. O esquema consiste em"escrutinar", a partir de um diagnóstico, a vidas das populações dessa regioões. Temas como uso e posse da terra, lideranças locais e movimentos sociais são informações altamente valorizadas no diagnóstico. A metodologia adotada pela STPC -PR/IDESA-MA( ao qual foi convidado para atuar como antropólogo) é altamente neocolonizadora. Ela consiste em pagar altos salarios para profissionais de nivel superior(engenheiros agronômos, economistas, sociologos, antropologos, assistentes sociais,Mestres em agroecologia, em biologia, etc) para promoverem o escrutinio a partir de oficinas e uma pesquisa socioeconomica e antropologica altamente high-fast. Ou seja, quando os moradores abrirem os olhos e perguntarem pra que serve aquilo, eles ja se foram. Desse modo, coerente com minha ética e responsabilidade que avalia as consequencias de um ato tão desastroso como esse; além disso,projetando, metaforicamente, o futuro com poços secando, plantas eanimais silvestres morrendo; homens, mulheres, crianças e adolescentes morrendo de sede, de fome, ou migrando para cidade para seprostituir; entregando-se as fazendas de trabalho escravo, ou mesmo, de trabalho infantil. A verdade é que a partir desses valores (eticae responsabilidade) ou desse pesadelo, que resolvi fazer um parecercientifico(EM ANEXO) e, me desligar, oficialmente, da pesquisaantropologica high-fast proposta pelo ITPC e pelo IDESA/MA . Por outrolado, resolvi escrever esse artigo, denunciando e solicitando as pessoas sensatas que olhem a carta e mande sugestões e propostas para nos contrapormos a neocolonização do século XXI no Maranhão; afinal, o diaboé high fast e temos que sê-lo também; caso contrario, teremos o inferno como unica certeza para todos nós; devotos ou não devotos do demo.
Denilton Sociologo -Especialista em sociologia das interpretações doMaranhão: Povos, comunidades tradicionais, politicas etnicas edesenvolvimento sustentavel.

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