segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Meu curral de bois






 Eu vejo muitas coisas diferentes por onde passo. É certo que muitas coisas prendem a minha atenção. Por vezes isso acontece de forma indireta, outras vezes é tão explicita minha curiosidade que não me contento só com a observação.
A fotografia, no meu cotidiano me auxilia nesse processo. Os bois cabaças estão registrados na fotografia que registrei, fora da hora mágica, o relógio contava à hora de meio dia. Não sabia se ainda iria voltar a ter aquela visão. Eu passava ali de carro, de carona. E claro implorei para que a viagem fosse descontinuada por pouco tempo o suficiente para um click.  
Tratava-se de um circulo de cabaça na parte lateral de uma casa de beira de estrada. Era algo muito diferente nunca tinha visto aquela organização. Desci sem muito jeito do veiculo, passei por debaixo da cerca, cumprimentei os moradores do pequeno rancho, pedi autorização pra fazer a fotografia. Era de susto o desenho do rosto das pessoas. Esboçavam um riso por não entender o que me chamava tanto atenção. 
Varias cabaças, daquelas de gogó” disponibilizadas de forma arredondada medindo dois metros. Fiz as fotos. Observei um pouco, hipotetisei: Melhor secagem? ciência popular? Não foi possível uma leitura obvia. Indagar era o único caminho. Quando perguntei aos adultos presentes qual o objetivo do tão bem organizado circulo, uma criança que observava todo o processo de captura das imagens adiantou-se e respondeu: Né circulo não, é meu curral de bois. Pode pegar umas pra você” e em segundos o cenário foi desmanchado aleatoriamente pela mesma criança. Confesso que não tive pudor em receber o presente e ver se desmanchar o panorama.  
As cabaças eu levei comigo. Dessa vez só o registro da imagem não me foi suficiente,continuei minha viagem de ida e volta, tentando organizar em meus pensamentos aquela construção para uma criança que não passava dos quatro anos de idade. Que eu, ou qualquer outro leigo jamais faria a verdadeira leitura que minha imagem retratou. Mistérios da leitura fotográfica, nem sempre o que vemos é que está sendo mostrado. 


2 comentários:

heldi disse...

tá vendo? por isso a gnt não pode pensar q viu e já sabe, as vzs nossa leitura, é em outro idioma, que não o que está sendo apresentado!!!
Não é ruim perguntar, por mais que pareça lógico...Ás vzs não é!!

=)

viva a curiosidade
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A. V. disse...

As crianças e suas surpresas, na maioria das vezes elas surpreendem e muito. A imaginação...