quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Meninos
Fotografando homens, mesmo quando ainda não se tem uma relação de proximidade, o grau de dificuldade não passa de 5 numa escala de 0 a 10. Eles são tranquilos. Alguns se mostram favoráveis aos clik, outros ficam completamente na sua, mas não atrapalham. Na maioria das vezes, são educados, simpáticos elegantes, e cuidadosos. Foi assim, que experimentei fotografar o coletivo de atletas de MMA, em Estreito-MA, no hotel, na rua, nos bastidores. No Ultimo UFI de Imperatriz, não tinha contrato, fui por puro prazer, e com a intencionalidade de fotografar meus dois atletas, para qual eu fiz torcida. Fácil registrar, a concentração, a apreensão e a tranquilidade de alguns. Tratando-se de de MMA, prefiro não registrar a volta ao camarim daquele que não foram exitosos. No entanto, é coisa minha. Logo em pouco tempo, eles se colocam de pé e assistem as próximas lutas. Conversam e confraternizam-se.Amanhã vou experimentar outro coletivo masculino. O futebol. Vamos ver como me sairei e como serei recepcionada Tudo é questão de vivencia e aprendizado. Vamos lá. De câmera em punho.
sábado, 27 de outubro de 2012
UFI Imperatriz - MA
Toda a pancadaria, o clima de violência comprada e paga, que permeiam as lutas de MMA, tem um antes e um depois. Gosto do clima dos bastidores, do tempo de "pressão" de cada atleta. É bom de ver, participar e claro, partilhar alguns momentos bem particulares de cada participante. Dessa vez, eu fui por esse prazer. O prazer de estar junto de acompanhar bem de pertinho. Não tinha compromissos financeiro com a organização do evento.
Quis e pude participar a meu bel prazer. Dentre os atletas presentes para os combates, eu já conhecia alguns, outros fiz ali o primeiro contato. Sempre dá tempo de conhecer um pouco mais desse "esporte" que eu vejo com muitos olhos, por vezes de curiosa que sou, pela vontade de saber qual a real motivação de cada esportista.Outras vezes, tenho medo e muito.
Na torcida, fui para compartilhar meu abraço com dois dos atletas:
Edilson Senegal - Imperatriz - MA
Silmar Sombra - Belem - PA
Silmar Sombra, por Karla Nascimento
Senegal, por Vanusa Babaçu
Para sorte minha, lutam em categorias diferentes. Os dois, dessa vez, levaram a melhor. Vitoria, ui. Adorei.
Aproveitei ainda para presentear o SOMBRA, com uma fotografia dele capturada no UFI Solidário - Imperatriz - MA.
Fiz alguns registros da luta "rápida" do regueiro, Sombra. Talvez as ultimas de minha lente, haja vista que o moço agora parte, para as lutas no UFC, parabenizo, é isso ai.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Não lembrava que ontem era domingo, mas era. A semana continua, o tempo, o vento e o calor. Dormi um pouco nessa manha de segunda, gosto disso. Já que acordei, lavei o corpo, dei uma roupa limpa, velha, sim. Coei o café preto e amargo como sempre, desperta e me completa um pouco. A casa de babaçu, já recebeu visitas, eram crianças, fiz fotos. Despachei. Outra vez só. Dessa vez solitária também. Verifique a agenda, ocupação para a semana inteira. Isso é bom, assim os pensamentos vão perdendo espaço. Porém pensar em ti, é maior que todo o controle que tento estabelecer. Eu nem consigo, creio que pelo enorme prazer que isso me traz. E ainda tem aquela imagem de teus olhos, estampada exibida na parede do que tem de melhor em mim...
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Sombra
Click se deu no UFI - Solidário Imperatriz -MA. Setembro de 2012. O lutador entrou no octógono embalado ao som de uma bela canção de reggae. Sombra venceu seu adversário que no seu cartel de lutas tinha 20 vitorias invictas. Foi bonito o espetáculo.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Estar entre os meus, escutar
aquilo que eles proferem, proclamam, reclamam. É assim, que eu desenho meus
dias, nem sempre os vivo como quero. Mas, quando posso, estou lá. De volta, e
envolta de pessoas que não preciso explicar porque me fazem tão bem, eu nem se
quer saberia. Eu, experimento isso e só.
E assim, de carona na pesquisa de
outros, fui ver Raimunda, a quebradeira. Em sua casa rosada e de portas azuis.
No assentamento Sete Barracas, São Miguel do Tocantins. O contato inicial é
prazeroso, ser recepcionado com alegria, atravessar toda a casa e nos
acomodarmos na conhecida cozinha. Porém, em poucos minutos de conversa, o
cansaço da idade, das doenças mal cuidada torna-se notório, no olhar, no andar,
no respirar ofegante da velha senhora. Conta pausadamente sobre a vida, sobre
sobreviver a tantas adversidades imposta pela luta. Inicialmente uma luta pela
terra, depois para permanecer nela. Um cotidiano, de pouco conforto.
A velha garrafa em cima da mesa é
naturalmente um convite para a partilha do café. Logo depois, o almoço. Com toda
limitação do corpo pesado e com auxilio do fiel “Moisés” o almoço fica pronto
na hora de meio dia, não nos deixaria sair de sua casa sem essa refeição. Fala
incansavelmente, tem mais episódios para narrar, registrar, publicar.
Com todas as limitações física, organiza do lado da casa, um cômodo
com tantas coisas já feitas. Fotografias, publicações diversas. Dessas, exibe o
filme “Raimunda. A Quebradeira” com tanto orgulho. Pois, deste ela tem
participação financeira com a venda dos DVD, ajuda na compra da medicação diária.
Logo as horas passam, o tempo de deixa Raimunda, vai se aproximando
com o adiantar do sol. Volto pra casa, totalmente abatida por fotografar
mentalmente, o acervo que documenta a vida dessa mulher, correndo serio risco
de desaparecer o que tem de palpável. Uma camponesa, que se destaca entre
tantas, pela historia que construiu em torno de si. Experimentou a “formação” dos movimentos sociais,
que partilhou cafés com Josimo. E que
infelizmente o viu tombar. Que sobreviveu a essa dor de mãe que é
adotado pelo filho. É assim que fala de Josimo, o padre assassinado por lutar por
melhoria da vida de um povo. O retrato desse mesmo homem que faz parte da vida
de Raimunda. Ela ainda o sente presente. Está lá, comido pelos cupins, como
muitos outros documentos de tamanha ou igual importância.
Já estou em casa, no que chamo “Casa
de Babaçu” e questiono-me. Será que mesmo sabendo disso vou ficar aqui, nessa
sala fria escrevendo essa agonia como se fosse uma ficção, e também fechar os
meus olhos para esse episodio?
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